O Papa Francisco está aqui no Brasil para um
encontro com a juventude católica na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Durante
sua visita entre nós, O Papa terá a oportunidade de falar para pouco mais de
dois milhões de jovens de toda parte do mundo. Essa juventude é bem diferente
dos jovens que os Papas João Paulo ll e Bento XVl encontraram em suas visitas ao
país. Os jovens católicos participaram ativamente nas manifestações organizadas
por estudantes em junho próximo passado. O Papa está dialogando com esses jovens
e indicando os caminhos que eles devem percorrer.
A juventude brasileira é marcada por uma extrema
diversidade e manifesta as diferenças e as desigualdades sociais que
caracterizam nossa sociedade. Segundo os Estudos da CNBB, No 93, e intitulado
“Evangelização da Juventude – desafios e perspectivas pastorais”, encontramos a
seguintes observação: “Dentro as várias diferenciações que recortam a juventude,
estão as de classe social, cor, etnia, sexo, local de moradia (…) além das
variações relativas ao gosto musical ou estilo cultural e as pertenças
associativas, religiosas e políticas” (cf. op. cit. No. 27). Os jovens católicos
têm preocupações materiais e dificuldades espirituais ou religiosas. Entre suas
preocupações materiais encontramos: uma grande preocupação com sua família e
moradia, um grande esforço por uma educação de qualidade, uma luta para
encontrar emprego, uma forte condenação da violência no campo e na cidade, um
desejo para ver a corrupção erradicada, uma luta contra as drogas, uma
condenação da pobreza e a defesa dos direitos dos pobres, algo muito perto do
coração do Papa. Os jovens esperam que o papa Francisco mencione esses fatores
nos seus discursos e homilias durante sua visita.
Entre as preocupações religiosas encontramos: um
desejo para se alimentar com a Palavra de Deus, um esforço para aprofundar sua
vida espiritual, e em termos gerais viver corretamente sua fé. Porém, a
juventude católica hoje enfrenta dificuldades com o individualismo, o
consumismo, o subjetivismo, o sincretismo religioso (além de certas formas do
ecumenismo), o relativismo e o imediatismo. Devido às influências da atual
sociedade e a mídia, jovens católicos têm dificuldades em compreender na área da
moralidade assuntos como: sexo antes do casamento, aborto em casos de estupro ou
gravidez de adolescentes, uniões de pessoas do mesmo sexo, a complicada situação
de pessoas em segundas uniões matrimoniais, a relativismo dos valores cristãos,
a não aceitação de compromissos definitivos (casamento/vida religiosa), a
proibição da pornografia na Internet etc. Muitos jovens estão esperando o Papa
Francisco oferecer uma orientação segura sobre estes tópicos.
Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e
Assessor da CNBB Reg. NE1
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