Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo
Arcebispo de São Paulo
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) encerra a sua primeira etapa; a Semana Missionária foi realizada em todas as Dioceses do Brasil. Foi uma experiência nova nas JMJs e será necessário fazer uma avaliação, para ver como as coisas aconteceram. No entanto, desde logo, podemos afirmar que a experiência foi muito positiva.
Na Arquidiocese de São Paulo, houve um envolvimento positivo das organizações da Igreja e das famílias. Muitas paróquias, colégios, congregações e ordens religiosas, movimentos e associações de fiéis fizeram um bom trabalho com a juventude local e com os jovens peregrinos, vindos de 58 países diversos! Os frutos virão, certamente.
É bem compreensível que não tenha havido a afluência de massas de peregrinos estrangeiros, como se poderia ter esperado inicialmente; o fato de fazer a Semana Missionária em todas as dioceses do Brasil, os custos de viagem e as duas semanas de peregrinação para quem veio de longe representam fatores não indiferentes e devem ser levados em consideração.
Belo foi tomar consciência de que o senso de hospitalidade ainda existe, apesar de todas as dificuldades que nossos tempos de insegurança e violência oferecem. Muitas pessoas e famílias abriram suas casas para acolher hóspedes desconhecidos, mas reconhecidos como irmãos e irmãs em Cristo. E essa capacidade de acolhida e hospitalidade surpreendeu positivamente a muitos.
Os jovens peregrinos deixaram-nos exemplos de sua fé, de sua alegria e esperança. Vieram como missionários e nos trouxeram a percepção mais clara de que somos irmãos na fé e filhos da mesma Igreja. Deixarão saudades em tantas famílias acolhedoras, que se desdobraram em atenções para com eles; espero que levem no coração algo do que viram e experimentaram da nossa cultura e vivência eclesial. Deus os abençoe. Continuem indo “a todos os povos, fazendo discípulos” (cf Mt 28,19).
Seguem agora sua peregrinação ao Rio de Janeiro e nossos jovens vão com eles. Lá viverão juntos a JMJ-2013, com tantos outros jovens do Brasil e de numerosos países. O Cristo Redentor acolhe a todos de braços abertos. Será uma nova experiência da fé cristã, vivida com emoção e intensidade, com seus sacerdotes e bispos e com o papa Francisco.
Nessas últimas semanas, assistimos a diversos tipos de manifestações. Agora é a vez da multidão dos jovens peregrinos: serão manifestação de fé e de esperança, de paz, de amor a Deus e à Igreja. É hora de dar toda atenção a eles e de não desviar o foco da Jornada.
A JMJ mostrará o rosto jovem da humanidade, que aspira a conviver em paz; é o rosto da humanidade, chamada a formar uma grande família, onde as diferenças não são barreiras, mas fatores de enriquecimento recíproco. A Igreja representa o início e o anúncio dessa única e grande família dos filhos e filhas de Deus.
A JMJ-2013, no Rio de Janeiro, será uma anúncio profético da humanidade e da Igreja do amanhã. Vão com Deus, jovens peregrinos. Vão a todos os povos, anunciem que o Reino de Deus já chegou e façam discípulos para Cristo (cf Mt 28,10)!
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