A União Marista do Brasil (UMBRASIL) realizou no sábado (15/06), no Colégio Marista de Brasília (DF), o quinto encontro do ciclo de debates “Utopias do Vaticano II: Que sociedade queremos? Diálogos”, que abordou as temáticas Missionariedade, Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso e Liberdade Religiosa. Para motivar a reflexão, foram convidados os assessores Pe. Joachim Andrade, coordenador provincial da Congregação dos Missionários do Verbo Divino, o professor Faustino Teixeira, da Universidade Federal de Juiz de Fora/UFJF, e como mediadora, a pastora Romi Márcia Bencke, secretária-geral do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
Pe. Joachim Andrade falou sobre a atividade missionária antes e depois do Vaticano II, a partir dos documentos Ad Gentes, que leva a “boa nova” aos territórios geográficos onde Jesus é pouco conhecido, e o Inter Gentes, missão com foco na troca e partilha. Ele também apresentou os três contextos chaves ao entendimento da missionariedade, em suas várias formas de relação: o contexto geográfico, espiritual e histórico.
O assessor esclareceu, ainda, que com o anúncio do Concílio, em 25 de janeiro de 1959, surge um novo significado para a missão Ad Gentes. “A Igreja passa a olhar para si e para as pessoas”, esclareceu Andrade. Além disso, pontuou que, nesse novo contexto, a missão Inter Gentes busca a mudança de hábitos e prioriza que haja a aproximação das diferentes culturas e religiões. “A preocupação não é mais a de converter para a minha tradição, mas tratar o outro como igual. Missionário é sempre hóspede, não pode invadir a cultura do outro, mas dialogar, conviver como irmão e irmã, apesar das diferenças e formas, no contexto que o mundo atual exige”, contextualizou padre Joachim Andrade.
Na sequência, o professor Faustino Teixeira abordou o Vaticano II como um grande passo que abre as portas e renova a Igreja, a partir de três importantes documentos (Declarações Dignitatis Humanae e Nostra Aetate e Decreto Unitatis Redintegratio). O que aborda a Liberdade Religiosa, que favorece uma nova cognição na Igreja sobre dignidade da pessoa humana e chama a atenção para um olhar mais compreensivo das religiões. O segundo documento traz o ecumenismo, que abre o campo do diálogo entre as Igrejas Católicas e outras também cristãs. O terceiro documento é a Declaração sobre as Religiões não Cristãs, quando o papa João XXIII convoca para uma nova mensagem de otimismo, que se torna traço forte no Vaticano e abre a possibilidade de reconhecer o valor dos ateus.
Para Faustino Teixeira, a abertura da Igreja Católica a outras religiões foi favorecida pelo ecumenismo. “O documento oficializa e abre espaço para o que é santo e verdadeiro em outras religiões. O respeito ao Islã, o carinho com os Mulçumanos, é um novo espírito que se cria”. E completou: “A razão do diálogo não é converter ninguém, é o diálogo apenas com o desafio de se unir para dar vida a esse mundo”, enfatizou o professor.
O próximo encontro será no dia 17 de agosto, no mesmo local, e abordará o tema Educação Religiosa e Juventude, com os assessores Pe. José Marinoni (Salesiano) e Hildete Emanuele (da Província Marista Brasil Centro-Norte). Os encontros pretendem estimular os participantes a serem multiplicadores das reflexões em suas frentes de atuação, contribuindo para a sociedade que queremos. O evento é uma realização da UMBRASIL em parceria com CNBB, CRB Nacional, Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), CONIC, Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil – Regional Brasília/DF, Universidade Católica de Brasília e Editora Paulinas.
Por Chirliana Souza – Ascom/PMBCN
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