terça-feira, 9 de julho de 2013

CHAMPAGNAT - 1a PARTE

“Sem Maria não somos nada e com Maria temos tudo porque Maria tem sempre seu adorável Filho nos braços ou em seu coração”.
São Marcelino Champagnat
«Liberdade, igualdade e fraternidade » é o grito dos revolucionários da França. Estamos no ano de 1789.Rosey é uma aldeia do município de Marlhes, numa zona montanhosa. A uns cinqüenta quilômetros se encontra a cidade de Lião. No dia 20 de maio, nasce o nono filho da família Champagnat Chirat. No batismo, seus pais lhe dão o nome de Marcelino.
João Batista, seu pai, exerce importantes cargos políticos. Tem o apreço das pessoas devido a seu bom critério e seu espírito conciliador..
Sua mãe se chama Maria Teresa. Toma conta dos afazeres domésticos e se dedica especialmente à educação de seus filhos. Ensina-lhes a amar Maria, a mãe de Jesus. Quer que sejam bons cristãos e virtuosos cidadãos.
Marcelino é o mais pequeno dos irmãos. Mesmo que algumas vezes brigam entre si …, sentem-se unidos e demonstram verdadeiro afeto.
Uma tia sua, freira, foge da perseguição religiosa. Chama-se Luisa. Acolhem-na em sua casa. Ela prepara Marcelino para a primeira comunhão. É um bom exemplo que sempre recordará.
O primeiro dia de aula foi horrível. O professor dá uma bofetada num colega que se adianta para ler. Por isso, não quer voltar à escola. Prefere levar o rebanho para as pastagens.
Com seu pai aprende a realizar diversos trabalhos manuais. Como é muito esperto e tem bom faro para os negócios,
consegue economizar algum dinheiro com a venda dos cordeiros.
Um dia, durante a catequese, o padre dá um apelido humilhante a um colega de aula que, a partir de então, torna-se muito esquivo. Nunca o esquecerá. Crê que todo mundo merece respeito.
França passa por momentos de grande ignorância. As crianças não têm escola ou assistem a escolas deficientes. Necessitam-se bons professores e também sacerdotes.
Um sacerdote apresenta-se em sua casa para saber se algum dos meninos quer ir ao seminário. O filho mais velho diz que não. Depois fala com Marcelino, que acaba de regressar do trabalho.
«Você precisa estudar para ser sacerdote, Deus o quer », diz, depois de ver que Marcelino é aberto e simples. Marcelino responde : « Quero ir ao seminário. Acertarei, uma vez que Deus assim o quer ».
Pouco antes de ir ao seminário, falece seu pai.
Marcelino tem quinze anos. É um golpe muito duro porque gostava dele profundamente.
Aos 16 anos entra no seminário de Verrières. É fácil distingui-lo por sua estatura. Alguns se riem dele. Mas, pouco a pouco, consegue o respeito e a amizade dos seus companheiros.
Enquanto Napoleão governa a França e busca a glória através das guerras, Marcelino se esforça para conquistar a ciência e a piedade.
No início, nem tudo transcorre bem. Parte de uma preparação escolar muito deficiente, exigindo-lhe muitas horas de estudo para alcançar o nível da turma.
Melhora sua conduta e rendimento. É nomeado de vigilante do dormitório, o que lhe permite dedicar mais tempo aos livros. Quer ser merecedor da confiança que lhe outorgaram.
Sua mãe, que o apoiou nos momentos de maior dificuldade, falece quando Marcelino tem vinte anos. Sempre se esforçará para ser digno dela.
Segue para o seminário maior de Lião para estudar teologia.
Já não é mais um menino. Tem vinte e quatro anos. Cada vez está mais próximo de sua ansiosa ordenação sacerdotal.
Aproveita as férias para formar grupos de recreação e convivência com os meninos e meninas do seu povoado.
Organiza-lhes jogos e ensina-lhes a amar a Deus. Cada ano esperam o verão para estar com ele.
Freqüentemente se reúne com um grupo de amigos do seminário. Querem fundar uma Sociedade que leve o nome de Maria para o apostolado e as missões.
Estão muito entusiasmados.
Além disso, ele tem outro projeto. Crê que são necessários professores e educadores que se dediquem sobretudo às crianças e aos jovens. Por isso, repete : « Necessitamos irmãos ». Encarregam-no de sua fundação.
Uma enfermidade interrrompe seus estudos. Os ares do povoado e o trabalho do campo lhe ajudam a recuperar-se.
Nada o afastará de sua vocação.
Chega o grande dia em que vai ser ordenado sacerdote, junto com outros cinqüenta e dois companheiros. A catedral de Lião está totalmente abarrotada. O calendário marca o dia 22 de julho de 1816.
No dia seguinte, sobe ao Seminário de Fourvière com um grupo de amigos para consagrar-se à Virgem. Assim começa o projeto de fundação da Sociedade de Maria.
Recebe seu primeiro destino : vigário de La Valla, um povoadinho entre montanhas. Chega ali a pé. Ao ver as casas, ajoelha-se e reza a Deus e à sua Boa Mãe com esperança e confiança.
A paróquia está quase abandonada. As bebedeiras e outros problemas graves exigem uma atitude firme e compreensiva. Marcelino, que é um sacerdote dinâmico e jovem, produz um grande impacto.
A catequese se converte em motivo de alegria para as crianças, mesmo que alguns precisam caminhar longo trecho para chegar à igreja. Trata-lhes com afeto. Prefere a recompensa ao castigo.
Fala aos adultos de um jeito que todos o escutam e lhe fazem caso. Cuida com especial carinho dos enfermos e dos pobres, que são seus preferidos.
Chamam-no para confessar um rapaz de dezessete anos, muito enfermo – João Batista Montagne. Vê que quase nada sabe de religião. Fala ao jovem de Jesus e ajuda-lhe a morrer em paz. Havia chegado a tempo. Mas …
A situação requer uma resposta. Pouco depois, no dia 2 de janeiro de 1817, funda o Instituto dos Irmãozinhos de Maria. Dois Jovens são os primeiros a morar bem próximo da paróquia.
Os Irmãos não são sacerdotes. Consagram-se a Deus como religiosos para educar cristãmente as crianças e jovens. Crêem que sua presença entre eles é a melhor forma de educá-los.
Para realizar esta missão é preciso preparar-se. Vivem na pobreza, rezam, estudam e trabalham manualmente fabricando pregos para seu sustento. Também encontram tempo para o lazer e a convivência.
Marcelino funda uma escola em Marlhes. Rapidamente o êxito se estende pelas redondezas. As crianças não estão acostumadas com professores que compartilham sua vida com eles de forma tão simples e amistosa.
Muitos povoados querem ter uma escola de Irmãos. Pedem-na a Marcelino. Contudo, as vocações são escassas.
Como sempre, reza à Boa Mãe : « Mãe, ajuda-nos ; é a sua família ».
De forma surpreendente e inesperada, oito jovens pedem para ser Irmãozinhos. Marcelino sente sua confiança crescer.
Regressando de visita a uma escola com o Ir. Estanislau, uma tempestade de neve cobre os caminhos. Perdidos e esgotados, rezam à Virgem e vêem uma luz .. ; acolhidos, podem passar a noite.
Muitos jovens desejam fazer-se Irmãozinhos de Maria. A casa onde residem começa a ficar demasiado pequena.
Necessitam construir outra maior, nova, que os acolha a todos sem problemas.
Encontra, junto ao córrego do Gier, uma propriedade rochosa. Isto faz com que seja barata. Como não tem dinheiro, não pode escolher. Decide comprá-la. Situa-se no fundo de um vale.
Os Irmãos participam na construção. Marcelino colabora como pedreiro. Como é bastante forte, encarrega-se das pedras mais pesadas. A casa, inaugurada em 1825, recebe o nome de Nossa Senhora de l’Hermitage.
Marcelino deixa a paróquia de La Valla e vai morar junto com os Irmãos. A vida é simples ; a comida, frugal. Todos estão contentes em poder viver juntos.
Costumam realizar brincadeiras. Num entardecer, já escuro, o Ir. Silvestre monta a cavalo sobre um que sobe a escada : « Quietinho e até chegar em cima » … Quando chegam, percebe que é Marcelino.
Viajar a pé, em condições difíceis, e com um clima rigoroso, faz com que Marcelino adoeça. A enfermidade parece grave. Não há esperanças de recuperação.
Outro sacerdote, Courveille, quer governar os Irmãos. Sua forma áspera de tratá-los e a possível morte de Marcelino os aflige. Alguns, desanimados, querem voltar para suas casas.
O Irmão Estanislau não perde a confiança. Modera os excessos do senhor Courveille e anima os Irmãos a continuar fielmente seu caminho.
Marcelino levanta-se da cama e assiste a uma reunião da comunidade. Todos renovam sua confiança nele. Pouco a pouco recupera sua saúde, restabelecendo-se totalmente.
Os párocos e os prefeitos o chamam por toda parte.
O crescimento das escolas não cessa.
Continuamente surgem novos centros.
A revolução de 1830, em Paris, obriga ao fechamento de muitos seminários. Marcelino não tem medo e continua admitindo a novos Irmãos no Instituto.
Suas cartas aos Irmãos transmitem afeto, alegria e confiança. Anima-os nas dificuldades. Orienta-os em seus problemas. Para todos tem a palavra adequada.
As crianças … Como gosta de estar entre elas, passar pelas turmas, falar-lhes do amor de Jesus, pedir-lhes a lição, instruí-los e educá-los !.
Viaja a Paris para obter a aprovação legal dos Irmãos. Passa três meses de gabinete em gabinete. Recebem-no sempre com boas palavras, mas a aprovação não chega.
Os três primeiros Irmãos missionários vão à Oceania.
Marcelino, que sempre desejou ir para as missões,
apenas pôde acompanhá-los com o coração e a prece.
Apesar de viver num povoado pequeno, Marcelino exclama : « Todas as dioceses do mundo entram em nossos planos ». Não há fronteira que o detenha. É um canto ao amor universal.
No ano de 1837, aparecem as primeiras Regras escritas.
Constituem um conjunto de normas surgidas da experiência. Está muito satisfeito com elas porque são garantia de futuro para o Instituto.
Consciente de que sobra pouco tempo, crê que é chegada a hora de que os Irmãos elejam um superior entre eles.
Celebram eleições. Reunidos num total de noventa e dois, elegem o Irmão Francisco.
Mesmo com sua saúde debilitada, fala de Jesus ao alunos
Expressa-se com tal sinceridade que sua ternura impressiona a todos. Sempre lembrarão dele como a um santo.
Chega um momento em que não pode seguir. Suas forças se esgotam. As pernas já não o sustentam mais. Deve permanecer no leito.
Os Irmãos evitam qualquer ruído. Marcelino está enfermo e eles preocupados. A dor se converte em delicadeza. A prece se intensifica. Vivem o drama de uma enfermidade irreversível.
Alguns dias que antecedem sua morte, dita seu testamento, alguns conselhos para os Irmãos : « Amai-vos uns aos outros. Amai a nossa Boa Mãe e ensinai a amá-la. Sede modelos para os jovens.
Morre em l’Hermitage, às quatro e meia da manhã do dia 6 de junho de 1840, aos cinqüenta e um anos de idade, enquanto a comunidade canta a Salve Rainha diária à Virgem
A pequena semente que deixa Marcelino, ainda hoje produz seus frutos em mais de setenta países dos cinco continentes.
Os Irmãos estão junto às crianças e os jovens, especialmente dos mais necessitados. Escutam seus apelos lá onde estão. Conhecem seus problemas. Oferecem a presença de um amigo.
Junto com muitos outros educadores leigos, os Irmãos convertem suas escolas num lugar de encontro e de estudo, de convivência e esporte, de amizade e de oração. Isto é, uma verdadeira família.
Muitos rezam a Marcelino. Algumas pessoas gravemente enfermas foram curadas por sua intercessão : uma senhora nos Estados Unidos, um jovem em Madagascar, um Irmão marista no Uruguai…
A 18 de abril de 1999, aconteceu a canonização de Marcelino pelo Papa João Paulo II. A Igreja, ao declará-lo Santo, apresenta-o a todos os fiéis como um modelo de vida cristã.
Fonte:http://www.champagnat.org/pt/210805000.htm
São Marcelino Champagnat ajudava os pobres e a reconciliação das famílias...
 
CONTINUA AMANHÃ!

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