MARIA NO EVANGELHO DE LUCAS E ATOS DOS APÓSTOLOS

SINOPSE: O livro de Lucas foi escrito por volta dos anos 79-80 d. C. Teve como destinatário primeiro um certo "Teófilo" (Lc 1,1 e At 1,1-2), cuja identidade é desconhecida. A evidência mostra que o livro foi escrito especialmente para os gentios. Lucas se esforça para mostrar os costumes judaicos e, algumas vezes substitui nomes gregos por hebraicos.Como bom médico que foi, Lucas retrata a figura de Cristo mostrando todo o seu lado humano e misericordioso que socorre, cura, liberta e salva a todos sem distinção.Como também é autor do livro dos Atos dos Apóstolos, Lucas compreende a HISTÓRIA DA SALVAÇÃO em três tempos ou etapas e organiza toda a sua obra a partir desta perspectiva:1ª etapa: período preparatório à vinda de Jesus Salvador ( O antigo Israel espera com alegria a manifestação do Messias e prepara a sua vinda)2ª etapa: A vida de Jesus: sua encarnação, sua presença, sua manifestação, paixão, morte, ressurreição e glorificação.,br> 3ª etapa: tempo da Igreja que se faz por obra do Espírito Santo. A Igreja é a grande portadora da salvação a todos os povos.Estes três períodos ou etapas se articulam a partir de Jerusalém.Segundo os estudiosos do tema, Lucas é o evangelista que mais fala de Maria. Num total de 152 versículos do NT sobre Maria, 90 são de Lucas (1 versículo aparece no livro dos Atos e 89 no terceiro evangelho).Lucas nos apresenta muitas qualidades de Maria. Ela é o exemplo vivo do discípulo e seguidor de Jesus, que acolhe a Palavra de Deus com fé, guarda e medita em seu coração e põe em prática, produzindo muitos e bons frutos.Maria é apresentada como a grande peregrina na fé. O "SIM" dado a Deus na sua juventude é renovado constantemente no decorrer de toda a sua vida.Maria não nasce como uma santa pronta e acabada. Ela passa por crises e situações difíceis e desafiadoras contribuindo para o seu crescimento na fé.Por outro lado, Maria nos lembra que Deus escolhe preferencialmente os pobres e os pequenos para iniciar seu Reino. Maria é uma pessoa de coração pobre todo aberto para Deus; tem um coração solidário e serviçal sempre disponível a ajudar os mais necessitados.
Maria
O relato de Lucas centra-se em Maria, o de Mateus em José.
O Evangelho de Lucas é importantíssimo como fundamento escriturístico para a doutrina acerca da Santíssima Virgem Maria e também para a devoção pessoal e popular à mãe do Salvador sendo também fonte inspiradora de boa parte da arte cristã a esse respeito.
Lucas é chamado por Eusébio de Cesaréia (séc. IV)o "pintor de Maria". Nenhum personagem da história evangélica, exceto naturalmente Jesus, é descrito com tantos pormenores, amor, admiração quanto Maria Santíssima. No Evangelho da Infância, deixa-se o mais belo retrato da Mãe de Jesus: A Virgem cheia de graça, o encantador modelo de fé, humildade, obediência, simplicidade e pureza, disponibilidade e espírito contemplativo.
Nenhuma criatura humana recebeu graças tão altas e singulares como Maria: ela é a "cheia de graça", o Senhor está com ela (1,28), obteve graça junto a Deus (1,30), concebeu por obra e graça do Espírito Santo e foi Mãe de Jesus (2,7) sem deixar de ser Virgem (1,34), intimamente unida ao mistério redentor da cruz.(2,35), será proclamada bem aventurada por todas as gerações pois o Todo-Poderoso operou nela grandes coisas (1,49). Com razão uma mulher do povo louvou entusiasmada e de forma muito expressiva a Mãe de Jesus (11,27).
Os tão altos dons divinos Nossa Senhora correspondeu com a mais generosa fidelidade: Santa Isabel chama-a bem-aventurada porque acreditou (1,45); a Virgem Santíssima recebe com humildade o anúncio do Arcanjo acerca da sua dignidade de Mãe de Deus(1,29); pergunta com simplicidade como comportar-se para agradar em tudo a Deus (1,34); aceita submissamente os planos divinos (1,38;2,50); apressa-se a ajudar os outros(1,39.56); sabe agradecer gozosamente os dons recebidos (1,46-55); observa com fidelidade as leis de Deus ( 2,24); e os costumes piedosos do seu povo(2,41); aflige-se profundamente pela perda do Menino e queixa-se a Ele com uma grande ternura(1,48), mas aceita serenamente o que naquele momento não consegue entender(2,48-50). Maria Santíssima soube ter essa admiração contemplativa diante dos mistérios divinos, que conservou e meditou no seu coração (2,19-51).

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