quinta-feira, 11 de julho de 2013

CHAMPAGNAT - 3a PARTE


Regras como sacerdote: (p.32-34).
Senhor, tudo o que existe no céu e na terra, vos pertenceste. Desejo também tornar-me propriedade vossa pela oblação voluntária, para, em tudo, cumprir vossa santa vontade e trabalhar eficazmente na minha santificação e na das pessoas que me confiastes. Neste intenção prometo-vos fidelidade ao seguinte.
1º) Vou consagrar todos os dias, pelo menos meia hora, à meditação e, quando possível, ao levantar-me antes de sair do quarto.
2º) Jamais deixarei de prever o assunto de meditação e de prepará-lo com muito cuidado.
3º) Nunca celebrarei a santa missa sem ter feito antes um quarto de hora de preparação. Após a missa, dedicarei outro quarto de hora à ação de graças.
4º) Todos os anos lerei, uma vez, as rubricas do missal.
5º) No decorrer do dia, visitarei o Santíssimo Sacramento e a Santíssima Virgem.
6º) Todas as vezes que tiver de sair para visitar um doente ou resolver alguma coisa, farei igualmente uma visita a Jesus sacrametnado e outra, a Maria. Assim também procederei ao voltar, a fim de agradecer a Deus os favores recebidos e pedir-lhes perdão das faltas que, por aventura, tiver cometido.
7º) Não esquecerei de fazer meu exame de consciência todas as noites.
8º) Sempre que no exame eu me reconhecer culpado de maledicência, aplicar-me-ei três chicotadas de disciplina. Assim farei também, quando reconhcer que pronunciei palavras de vanglória.
9º) Estudarei Teologia diariamente, durante uma hora.
10º) Não darei nenhuma instrução sem tê-la preparado.
11º) Continuamente lembrar-me-ei de que tenho Jesus no coração.
12º) Permanecerei na presença de Deus em todas minhas ações e evitarei a dissipação, com o máximo cuidado.
13º) Exercitar-me-ei, de modo particular, na virtude da mansidão; e, para atrair, mais facilmente o próximo a Deus, tratarei a todos com muita bondade.
14º) Dedicarei parte da tarde à visita aos doentes da paróquia, se houver.
15º) Depois da missa, confessarei as pessoas que se apresentarem. O restante da manhã sera reservado ao estudo, se as funções do ministério não exigirem minha presença em outra parte.
16º) Quanto às refeições, à maneira e passar o recreio e praticar os demais exercícios do dia, procurarei seguir, no que depender de mim, o Regulamento do seminário maior.
17º) Lerei esse meu regulamento e essas resoluções uma vez por mês.
18º) Todas as vezes que faltar a algum dos artigos relativos às práticas de piedade, me aplicarei a disciplina, em união aos sofrimentos de Jesus Cristo. Quero que os açoites sejam um ato de amor e de fé, e pedirei à Santíssima Virgem que ela mesma torne esse ato, insignificante em si, agradável à Santissíma Trindade”.
Para complementar esse regulamento, acrescentamos: levantava pontualmente às quatro horas; fazia a meditação e logo se encaminhava para a igreja, onde rezava a missa, exceto se alguma circunstância o obrigava a retardá-la. Ocupava o dia com a oração, o estudo e as funções do sagrado ministério. Saía raras vezes, só para visitar os doentes ou fazer alguma obra de caridade. Passava o tempo de lazer com o pároco ou se dedicava a um trabalho manual. Emfim, ia deitar geralmente entre nove e dez horas da noite.
Obediência
Para o Pe. Champagnat foi grande consolação manter-se assim em contato permanente com o pároco, tomando-o como guia de procedimento, aproveitando-lhe a experiência e formando-se, sob seus olhares e sua direção, nas sublimes funções do santo ministério. Teve sempre por ele profundo respeito e filial afeição. Disso dava provas em todas as ocasiões. Nunca fez nada sem consultá-lo, nem jamais empreendeu alguma boa obra sem lhe pedir o parecer e obter aprovação de seus projetos. Mostrou-se também sempre disposto e sempre pronto a substituí-lo para levar o santo Viático aos doentes dos povoados distantes, ou exercer outras funções difíceis do ministério sagrado. Porém, seu objeto principal era conquistar-lhe a estima e o afeto dos paroquianos. Defendia-o sempre e em toda parte, apoiava-lhe a autoridade; justificava-lhe o comportamento perante os que o censuravam e, mesmo nos casos em que não tinha razão, sabia desculpá-lo, interpretando favoravelmente o motivo da crítica. Embora às vezes tivesse motivos de queixar-se dele, como veremos, nunca deixou de proceder assim, conservando-lhe sempre amizade e dando, diariamente, provas de respeito e submissão pelos cuidados que lhe dispensava, pela dedicação em servi-lo e causar-lhe alegria.(p.34).
Cativante e Amoroso
Convencido de que, para se fazer o bem e levar as pessoas a Deus, é preciso conquistar-lhes a afeição e a estima, quando chegou a Lavalla o Pe. Champagnat tratou de conquistar a confiança de seus paroquianos. Seu caráter alegre, franco, expansivo, sua aparência simples, modesta, risonha, simpática e nobre ao mesmo tempo, contribuíram muito. Ao passar pelas ruas, e quando encontrava alguém, sempre tinha de dizer alguma coisa engraçada, uma palavra de elogio, consolo ou animação. Conversando familiarmente com todos, sabia pôr-se ao alcance de cada um, adaptar-se ao seu gênio, entender seus pontos de vistas e o modo de ver as coisas. Após haver lhe preparado o espírito, termina a rápida conversa com uma palavra de edificação, um bom conselho ou leve reparo, se fosse o caso.
Encontrando-se com crianças, muitas vezes parava para dizer-lhes palavras de animação, fazer-lhes pequena carícia, dar-lhes santinhos e fazer perguntas do catecismo, muito ansioso em relação às pessoas idosas, compreensivo e indulgente para com os jovens, repleto de caridade e compaixão para com os pobres, de bondade e caridade para com todos para levá-los a amar a religião e conquistá-los a Jesus Cristo. Porém, o que o mais contribuiu para atrair-lhe a estima e benevolência dos fieis foi sua conduta edificante, sua virtude, piedade, regularidade e fidelidade a todos os deveres. Estava sempre disponível e sempre se mostrava afável, fosse qual fosse a hora em que vinham solicitar-lhe serviços, ou chamassem à igreja ou para junto aos doentes.
p.35-36.
Um Ótimo padre
Não limitava seus cuidados às crianças que se preparavam para a primeira comunhão, mas pedia, encarecidamente, que também lhe mandasse os menores. Temendo, porém, que alguns pais, principalmente os que moravam mais longe da igreja, não atendessem às suas recomendações, por demasiada ternura para com os filhos ou por exagerado receio de eventuais acidentes, usou outro expediente para atrair ao catecismo essas criaturinhas. Prometeu uma recompensa para quem trouxesse uma criança. O piedoso expediente produziu resultado maravilhoso. Já no dia seguinte, vários jovens voltaram com alegria e sofreguidão à catequese, trazendo, um, o irmãozinho; outro, o primo; um terceiro, o coleguinha ou o vizinho pelo qual se responsabilizara e que deveria levar de volta à mãezinha, sem acidente.
Os prêmios prometidos não tardaram e o modo como foram distribuídos despertou no coração de todos o desejo de merecer igual recompensa pela apresentação de um coleguinha. Com isso, o catecismo teve a freqüência muito aumentada e, em pouco tempo, reuniu todas as crianças da paróquia. O zelo do Pe. Champagnat devia estar satisfeito. Deus haveria de recompensá-lo, o que não tardou. Certo dia, um menino que se preparava para a primeira comunhão veio acompanhado do maninho e apresentou-o ao Pe. Champagnat, para receber um santinho que lhe foi dado imediatamente. Mas, quem era essa criança tímida, a transpirar candura e inocência? Era Gabriel Rivat, futuro Ir. Francisco, seu sucessor imediato no governo geral do Instituto.(p.38-39).
Pregações(p.40).
Os sermões do Pe. Champagnat não produziram menos frutos do que os catecismos. No púlpito expremia-se com veemência. Nele, tudo falava: o gesto, a aparência humilde e piedosa, o tom de voz, a palavra viva, sonora e inflamada, tudo contribuía para comover e convencer os ouvintes. Nunca subia ao púlpito sem ter-se preparado pelo estudo, reflexão e oração. Começou com breves exortações. A primeira consistia em simples reflexões. Entretanto, agradou a todos os ouvintes. Ao saírem da igreja, diziam: “Nunca tivemos aqui um padre que pregasse tão bem!” Essa opinião difundiu-se na paróquia e as famílias procuravam informar-se do dia em que ele devia pregar. O povo acorria então e a igreja ficava sempre cheia.
Habitualmente os sermões versavam sobre as grandes verdades: morte, juízo, inferno, gravidade do pecado, necessidade da salvação e a desgraça da condenação eterna. Pregava essas verdades com tanta veemência quem por várias vezes, arrancou lágriamas do auditório e abalou os pecadores mais empedernidos. Suas palavras, repassadas de clareza, ardor e unção, empolgavam os espíritos e sensibilizavam os corações. Às lágrimas que corriam dos olhos sucederam os remorsos, o arrependimento de ter ofendido a Deus e o desejo sincero de recuperar a graça divina e de, no fundo, servir a Deus com fidelidade. Em pouco tempo operou-se maravilhosa transformação em toda a paróquia. A fé revigorou-se, a piedade refloreceu, os sacramentos voltaram a ser freqüentados e a renovação foi quase geral.
Confissão
Houve numerosíssimas confissões gerais, com frutos incalculáveis que mudaram a fisionomia da paróquia. As conversões, iniciadas nos sermões, completavam-se no confecionário. Inexprimível era a bondade do seu coração para com os penitentes: falava-lhes com tanto carinho tanta caridade e tanta convicção, que muitas vezes eles prorrompiam em choro. Suas palavras tinham o dom particular de incutir horror ao pecado, afastar do vício e despertar o amor e à virtude. Falava: “Ele é de Rozet, por isso as palavras dele são macias e agradáveis como as rosas”. Entrentanto, apesar de repassadas de doçura, suas exortações, nem de longe, bajulavam os pecadores. Pelo contrário, levavam-nos ao arependimento, ao ódio do pecado e à vontade impaciente de se livrar dele e inspiravam o propósito de abandoná-lo de vez. A quase totalidade dos que ele teve a felicidade de converter perseverou na prática da virtude.
Antes de sua vinda a Lavalla, muitas pessoas não se confessavam havia muito tempo. Outras contentavam-se com a confisão pascal, cumprindo raramente os demais deveres religiosos. O Pe. Champagnat teve a consolação de converter a uns e reavivar a fé de outros. Falou-lhes com tanto empenho e unção dos bens infinitos que temos em Jesus Cristo, e dos sacramentos que no-los comunicam, que os confessionários foram assediados e as comunhões mensais quadruplicaram. Como a maior parte dos fiéis se dirigia a ele, aos sábados, domingos e grandes festas, via-se constrangido a passar grande parte da noite no confessionário. Aos domingos e dias santos ia cedinho à igreja. Já encontrava muita gente esperando para confessar-se. Trancava-se no confessionário até as onze, quando saía para cantar a missa solene, sempre seguida das vésperas.(p.40-41).
Uma de suas pregações
“Caríssimos irmãos (dizia num domingo), estamos no tempo dos grandes trabalhos. Os dias são longos e o calor, sufocante. Vocês vão para o trabalho de manhã muito cedo e voltam, muitas vezes, somente à noite. Cansam-se e suam o dia inteiro. Quantos méritos podem juntar para o céu, se quiserem! Como se tornarão agradáveis a Deus! Quantas graças derramará sobre vocês, se souberem santificar as ações e os sofrimentos! E para isso, o que precisam? Oferecê-los de manhã a Deus e unir as canseiras e dores às de nosso Salvador. Antes de iniciar a jornada e, de vez em quando durante o dia, ofereçam o trabalho a Deus. Digam-lhe: Meu Deus, quero fazer e suportar tudo isso para fazer vossa vontade, imitar Jesus Cristo, expiar meus pecados, merecer vossos favores e o céu, e também para que abençoeis meus filhos e tudo o que me pertence.”(p.42)
Pregação nas festas
Um dia, chegando da igreja, após atender as confissões até altas horas da noite, em vez de jantar disse ao Irmão que o aguardava:
- Vou sair.
- Padre, aonde vai a estas horas?
- Visitar um doente.
- Antes precisa jantar.
- Não, não tenho tempo.
Vendo-o sair, o Irmão ofereceu-se para acompanhá-lo. Aceitou. O doente não estava em perigo, mas o Pe. Champagnat pensava em outra coisa. É que ao voltar da igreja, tinha recebido informação de que haveria danças em várias povoações. Era tempo de carnaval. Na primeira aldeia, de fato, pegou de surpresa uma turma grande. Cantos e danças, tudo fervia. Depois de ficar um tempo escutando à porta, abre-a, entra de repente. Em silêncio, fita a assembléia com olhar fulminate. Num abrir e fechar de olhos, cessam canções e danças; os espectadores sentados se levantam e todos, dançarinos e espectadores; por um instante, quedam-se estupefatos. A seguir, precipitam-se em tumulto, portas e janelas a fora para fugir. Outros escondem-se. Alguns, não podendo fugir depressa devido ao acúmulo de gente, atiram-se e se apinham debaixo das mesas. A dona da casa, pouco depois, apresentou-se sozinha ao padre, pedindo-lhe perdão, lágrimas nos olhos, mãos postas, alegando para deculpar-se, ser a primeira vez e também a última. O Pe. Champagnat lhe replicou, com sua firmeza habitual: “E na primeira vez a senhora foi pilhada em flagrante”.
Encaminhou-se em seguida para outras aldeias. Numa delas encontrou mais uma dança organizada, que terminou como a primeira. Foi difícil o retorno a Lavalla: a noite estava muito escura, os caminhos entransitáveis e cobertos de gelo. Por sorte levara um bastão, com o qual sondava o caminho. Mesmo assim, caíu várias vezes. Chegou pouco depois da meia-noite. Depois de se aquecer um pouco, foi se deitar, sem tomar absolutamente nada, pois não se dispensava de celebrar a missa.
Censuras
Censurava com tanta força, do alto do púlpito, essas desordens e insistiu tanto junto aos jovens e seus pais, que conseguiu eliminar completamente tais reuniões noturnas.
Outro vício que lhe deu ainda mais trabalho: a embriaguez. Erradicou da paróquia à custa de preces, exortações e ameaças dos castigos divinos. As tabernas, geralmente lotadas à noite, antes de sua chegada a Lavalla, tornaram-se desertas. Evitava-se até mesmo freqüentá-las durante o dia. Quando as exortações do alto do púlpito não surtiam efeito, dirigia-se pessoalmente à casa dos culpados, pedia-lhes com insistência, exortava-os e os ameaçava, até que prometessem mudar de vida.
Empreendeu igualmente a tarefa de expurgar a paróquia dos livros perniciosos. Teve êxito. Todos os livros maus foram destruídos e substituídos por livros bons que versavam sobre religião e piedade. Tomou providência para montar uma biblioteca com a finalidade de oferecer bons livros a quem quisesse ler. Encarregou-se pessoalmente da distribuição dos livros aos jovens, para ter ocasião de aconselhá-los e orientá-los na prática da piedade e da virtude. A montagem da biblioteca exigiu dele muitos sacrifícios; quando se tratava, porém, de fazer o bem e de evitar o mal, não olhava dinheiro. Dava tudo o que tinha, sem contar.(p.46-47).
Visita aos doentes(p.49)
Não se contentava com visitar, uma ou duas vezes, os doentes para confessá-los; ia vê-los mais vezes, preparava-os para bem morrer e fazia-os produzir atos condizentes com seu estado.
Sendo extremamente bondoso, falava sempre de Deus com muita unção. Era, assim, para os doentes, motivo de consolação vê-lo e ouvi-lo.
Boas palavras
Seu espírito conciliador, caráter alegre e modos simples, bondosos e afáveis conquistaram-lhe os corações; bons e maus gostavam dele e aceitavam com prazer, ou pelo menos sem maior dificuldade, seus avisos, conselhos e mesmo as repreensões.
Congregação de irmãos
Vendo crescer o número de discípulo, o Pe. Champagnat pensou em traçar-lhes uma forma de vida mais regular e mais de acordo com a vida comunitária. Não podia ficar sempre na companhia deles e sentia a necessidade de não deixá-los sozinhos. Resolveu, pois, dar-lhes um diretor que estivesse à sua frente exigindo a observância do regulamento e repreendendo aqueles que o infringissem ou cometessem alguma outra falta. Mas, para facilitar-lhes a obediência e a submissão, decidiu que o diretor seria escolhido por eles mesmos. Propôs que o elegessem por votação secreta. Depois de cada um escrever e depositar seu voto, procedeu à apuração na presença deles e proclamou diretor o mais votado. O mais antigo, isto é, Ir. João Maria, obteve o maior número de sufrágios e foi confirmado diretor.
Deu-lhes também, após várias experiências, uma vestimenta simples e modesta que os distiguia dos leigos. Dando uma forma exterior à Congregação, tornava-a conhecida e favorecia as vocações. A vestimenta consistia numa espécie de sobrecasaca azul que descia até meia altura das penas, calças pretas, um pequeno manto e chapéu redondo. A cor azul foi escolhida para lembrar aos Irmãos que eram filhos de Maria; vestindo seu hábito e sua cor, deveriam sempre lembrar-se de viver a vida do jeito de Maria, imitando-lhe as virtudes.
O regulamento da pequena comunidade foi então aperfeiçoado com algumas modificações. As principais práticas da vida religiosa foram introduzidas. Após levantar às cinco horas, rezava-se em comunidade a oração da manhã, seguida de meia hora de meditação, da celebração eucarística, das horas menores do Ofício da Santíssima Virgem e do estudo. Às sete horas, o desjejum após o qual cada um se aplicava, em silêncio, aos seus afazeres que, para a maioria, era o trabalho braçal. Ao meio-dia, o almoço seguido da visita ao Santísisimo Sacramento e do recreio sempre comunitário. As conversas deviam versar sempre sobre assuntos edificantes ou próprios para dar aos Irmãos os conhecimentos necessários à sua vocação. A tarde era também dedicada ao trabalho braçal. Pelas seis horas, a comunidade reunia-se para a reza de vésperas, completas, matinas e laudes do Ofício da Santíssima Virgem e do terço; depois, uma leitura espiritual. Após estes exercícios, os Irmãos iam a cozinha para o jantar, seguido de recreio, como depois do almoço. Logo após rezavam as orações da noite, liam o assunto de meditação para o dia seguinte e às nove horas iam deitar.(p.59-60).

Champagnat era zeloso com o seguimento dos irmãos
Passado apenas um ano, o Pe. Champagnat viu-se obrigado a despedir o professor, devido a seu comportamento irregular e demasiado mundano, e confiou a escola a um dos Irmãos. Foi o Ir. João Maria, diretor da casa, que assumiu a escola. Mediante sábia a prudente firmeza conseguiu manter a ordem e a disciplina estabelecidas pelo seu predecessor. Como ele estivesse razoavelmente preparado e fosse de notável zelo e dedicação, o bom andamento da escola e a instrução das crianças nada sofreram com a mudança. A fama de piedoso e virtuoso que o Ir. João Maria granjeara na paróquia muito contribuiu para conferir-lhe ascendência sobre as crianças. Com satisfação os pais viram-no assumir a direção da escolinha. Até então os habitantes de Lavalla tinha dado pouca atenção aos Irmãos, pois não estavam a par do seu modo de vida, nem objetivos que se propunha. Quando, porém, notaram seu zelo e dedicação na instrução das crianças e viram seu êxito, unanimemente os aplaudiram e apoiaram. O número de alunos vindo de toda a paróquia cresceu consideravelmente. Os pobres eram aceitos gratuitamente ; os restantes pagavam contribuição módica.(p.65).
Alma da casa, o Pe. Champagnat, que apoiava e dirigia os Irmãos e aconselhava os pais a lhes confiar os filhos, resolveu imprimir desenvolvimento maior à escola. Observando que uma única sala de aula era insuficiente para tantos alunos, abriu mais uma, o que possibilitou separar os alunos, classificando-os de acordo com seu aproveitamento. Isso contribuiu muito para acelerar-lhes o progresso.(p.65)
Recomendava com freqüência aos Irmãos descrição e prudência na explicação do catecismo, evitando decidir se tais e tais faltas são pecados mortais ou veniais, por causa do perigo de falsear a consciência dos alunos, expondo-os a ofenderem a Deus. Em certa ocasião repreendeu severamente o Irmão que se afastara desta regra: “Contente-se com lhes inspirar o ódio ao pecado, deixando a Deus e ao confessor o julgamento da gravidade das faltas”.(p.68-69).

CONTINUA...

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