sexta-feira, 23 de maio de 2014

ESPIRITUALIDADE DA FAMÍLIA DE NAZARÉ


No Século XX, mas, sobremaneira, Século XXI, tem-se observado muitas mudanças na compreensão da família, especialmente, ao que se tem chamado comumente de família tradicional, ou seja, da família constituída com pai, mãe, filhos, morando numa casa, ambiente comum da família. A denominada família tradicional, e tradicional não tem aqui sentido negativo ou pejorativo, não foge aos padrões atribuídos, já, há muito, a essa maneira sociocultural de compreender a família. Sem entrar no mérito e no juízo de tal leitura, lembra-se apenas que tal compreensão não será posto, por um lado, como o único e o exclusivo modo de leitura de família nos dias atuais, pois há outros modos de compreender a relação familiar. Mas, também, por outro lado, a família tradicional não será desvalorizada na perspectiva de que tal sentido esteja ultrapassado. Antes, pelo contrário, tal modo de compreensão de família, segundo nos parece, precisa ser ainda melhor compreendido e valorizado.

 

Pontos de partida para a compreensão da importância da família de Nazaré:

1. não é possível aceitar a tese de que a família de Nazaré não tem absolutamente nada a dizer às famílias atualmente, Século XXI;

2. não é prudente idealizar de tal modo a família de Nazaré de maneira a inviabilizar o caminho itinerante da família contemporânea, tornando a família de Nazaré um modelo quase que inatingível.

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A família de Nazaré é modelo, primeiro, por ser a família de Jesus, segundo, porque é a família que assume os desafios com toda confiança em Deus.

 A força e a coragem da família de Nazaré têm sua fonte primeira e última na graça de Deus.

 

1.                  Espiritualidade vem de Espírito. Espírito que é sopro. É ânimo. É coragem. É força. É vitalidade. É plenitude. É liberdade. É vida em Deus.

2. Maria e José foram escolhidos e preparados por Deus para constituir a família de Jesus.

 

-Parentesco: Eram da família real de Davi (Marcos 12.35-37). Tanto Maria (Mateus 1.1-16) como José (Lucas 3.23-38) eram descendentes de Davi. Isto foi para se cumprir a promessa de que seria um filho de Davi a se assentar no trono eternamente (Isaías 9.5), a raiz de Jessé (Isaías 11.1). Era parente de João Batista, talvez primo de segundo grau (Lucas 1.36).

 

Vejamos agora, duas características importantes que compõem a riqueza e a profundidade da espiritualidade da família de Nazaré:

 

Família de Nazaré, Maria e José, tem convicção de que o Plano de Deus está acima do plano pessoal. Acima não no sentido de ignorar ou desmerecer o plano pessoal ou mesmo o plano familiar, mas de iluminá-lo e orientá-lo na direção de lugar, de tempo e de sentido. Numa palavra, eles se sentem seguros e alegres por estarem “nas mãos de Deus”, ainda que eles sintam e sofram com as incertezas e as inseguranças de seu tempo. Sobre esse aspecto, veja-se, por exemplo, a atitude de Maria enquanto faz-se serva e ouvinte humilde e fiel à Palavra de Deus. Veja-se, também, a atitude de José enquanto ouve a voz do Anjo de Deus e busca compreender tudo o que se passa em torno a si e em torno à sua prometida esposa, Maria.


Família de Nazaré, Maria e José, tem convicção de que a participação no Plano de Deus é de muita importância e precisa ser acolhido e auscultado, ou seja, precisa ser discernido constantemente com atitude de liberdade, de amor, de temor a Deus e de entrega total.

Muitos foram os momentos de dificuldades pelos quais passaram José e Maria, mas eles não desanimaram e não se deixaram abater, porque, pela graça de Deus, pelo esforço pessoal, pela presença da comunidade, sentiam-se participantes e comprometidos com a realização do Plano de Deus.

 

Em sendo assim:

 

• que dentre tantas características de José, a confiança em Deus, o respeito a sua esposa, Maria, o cuidado e o zelo pela vida de Jesus, o trabalho, a vida de oração e a humildade possam ser motivação e ajudar aos pais de família a encontrar a beleza e a alegria da paternidade responsável;

 

• que dentre tantas características de Maria, a entrega a Deus, a escuta atenta à Palavra de Deus, o zelo pela vida de Jesus, o cuidado ao seu esposo, a ternura, a força, a coragem e a humildade, sejam motivação fundamental para a missão materna e terna de todas as mães;

 

• que todos nós, como discípulos, sintamo-nos chamados a conhecer e a estar com o Mestre, e anunciá-lo a todos os povos e nações com convicção e alegria. Que nenhuma realidade da família humana seja indiferente à vida da família cristã. Que não tenhamos medo de enfrentar os desafios do tempo hodierno. Que tenhamos confiança e coragem de assumir a missão que o Senhor nos confia. Que a espiritualidade da família de Nazaré seja para todas as famílias uma palavra de conforto, de ânimo e segurança para trilhar o “caminho da vida”.

 

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/16/Papa_Francisco_na_JMJ_-_24072013.jpgUm cristão sem alegria ou não é cristão ou está doente – esta a mensagem principal do Papa Francisco na missa desta quinta-feira em Santa Marta – 22/05/2014

‘Assim como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor’. No capítulo 15 de S. João, Jesus diz-nos algo de novo – afirmou o Papa Francisco – ‘não só amai, mas permanecei no meu amor’:

“A vocação cristã é isto: permanecer no amor de Deus, ou seja, respirar, viver daquele oxigénio, viver daquele ar. Permanecer no amor de Deus.” – sublinhou o Papa Francisco.


“Mas como é o amor de Jesus?” – perguntou o Santo Padre:

“É um amor que vem do Pai. A relação de amor entre Ele e o Pai é também uma relação de amor entre Ele e nós.” – afirmou o Papa.


“A alegria, que é como a marca do cristão. Um cristão sem alegria ou não é cristão ou está doente. A saúde cristã! A alegria. Mesmo na dor, nas tribulações e perseguições.”


E quem nos dá esta alegria é o Espírito Santo, o grande esquecido das nossas orações – observou o Papa Francisco que exortou os cristãos a pedirem ao Senhor que nos dê a graça de “conservar sempre o Espírito Santo em nós, que nos ensina a amar, que nos enche de alegria e que nos dá a paz.” (RS)

 

FAMÍLIA DE NAZARÉ NA BÍBLIA (MARIA e/ou JOSÉ)

 
Ela é alistada na genealogia de Jesus (Mateus 1:16).


É visitada pelo anjo Gabriel, que anuncia que ela conceberá pelo Espírito Santo e dará à luz um filho (Lucas 1:26-28).
 
Visita sua parenta, Isabel, que está grávida de João Batista (Lucas 1:39-56).
 
José descobre que ela está grávida e decide divorciar-se em segredo até que Deus fala-lhe em sonho e o convence a se casar com ela (Mateus 1:18-25).
 
Ela permanece virgem até que Jesus nasce (Mateus 1:25).
 
Dá à luz a Jesus (Lucas 2:1-20).
 
Ela e José apresentam Jesus no templo (Lucas 2:21-38).
 
Ela está presente quando os Magos visitam Jesus (Mateus 2:11).
 
É mencionada no sonho que José teve, instruindo-o a levar o menino e sua mãe para o Egito, para escapar de Herodes (Mateus 2:13).
 
É mencionada no sonho de José, instruindo-o a levar o menino e sua mãe de volta para Israel (Mateus 2:20).

 

Ela se estabelece com a família em Nazaré, onde Jesus cresce (Lucas 2:39-40).
 
Viaja para Jerusalém, para a Páscoa, onde o menino Jesus separa-se dos seus pais e é encontrado ensinando no templo (Lucas 2:41-50).
 
A família retorna a Nazaré depois da Páscoa e Jesus continua a amadurecer (Lucas 2:41-50).
 
Ela e Jesus assistem a uma boda em Caná e, quando Maria pede a Jesus para fazer alguma coisa quando o vinho se acaba, ele realiza seu primeiro milagre registrado na Bíblia (João 2:3-5).
 
Ela sai de Caná com Jesus e seus irmãos e todos passam uns poucos dias em Cafarnaum (João 2:12).
 
Enquanto Jesus está pregando, Maria e seus filhos estão preocupados com ele, e vêm falar com ele. Neste ponto, Jesus diz aos seus ouvintes que sua mãe e seus irmãos são aqueles que obedecem a Palavra de seu Pai (Mateus 12:46-50; Marcos 3:21, 31-35; Lucas 8:19-21).
 
Ela é mencionada quando os judeus se recusam a crer que Jesus seja o Messias porque eles conhecem sua mãe e seu pai (Mateus 13:54-57; Marcos 6:3; João 6:42).
 
É referida quando uma mulher da multidão diz a Jesus: "'Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram', Jesus respondeu: 'Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática' (Lucas 11:27-28). 


FONTE:
Pe. Paulo César Nodari - Diocese de Caxias do Sul/RS
 

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