A
violência sexual praticada contra crianças e adolescentes é uma das
mais graves violações de direitos humanos e está presente em todas as
realidades, em todos os países. Segundo o Ministério da Saúde, em 2012
estima-se que cerca de 12 milhões de crianças e adolescentes sofreram
alguma forma de violência sexual, seja na forma de abuso ou de
exploração comercial, em todo o mundo. No Brasil, a violência sexual é
reconhecida como um problema de saúde pública segundo o Ministério da
Saúde, o qual indica que menos de 10% dos casos ocorridos no país chegam
a ser registrados.
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O Brasil tem um Plano Nacional de
Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que foi
atualizado no último ano, estabelecendo as estratégias a serem
implementadas pelo poder público e pela sociedade civil até 2020. As
ações estão divididas nos eixos de prevenção; atenção à criança e ao
adolescente, suas famílias e à pessoa que comete violência sexual;
defesa e responsabilização; participação e protagonismo; estudos e
pesquisas; e comunicação e mobilização social. A Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República exerce um papel fundamental nesta
área, trabalhando em quatro frentes distintas: Disque 100, PAIR, Apoio a
Comitês e Campanhas e Apoio a Projetos Inovadores.
O PAIR é uma metodologia que objetiva
fortalecer redes municipais de enfrentamento à violência sexual, por
meio da elaboração de diagnósticos locais, fomento ao planejamento de
ações integradas e capacitação de profissionais. Em função do aumento
dos índices de violência sexual em ocasiões específicas como a
realização de grandes obras ou megaeventos, a metodologia foi adaptada
para tais contextos e o chamado “PAIR Copa do Mundo” está em implantação
nas cidades que sediarão os jogos. Em Curitiba, o processo de
capacitação da rede começa no dia 19 de maio, com o tema “A escuta no
atendimento à criança e adolescente vítimas de violência sexual”, e
estende-se até 4 de junho.
Como se trata de um tema invisibilizado e
cercado de tabus, o sucesso do enfrentamento à violência sexual depende
também do esclarecimento e da mobilização de pessoas. Por isso,
diversas campanhas são realizadas ao longo do ano, especialmente em
torno do 18 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração
Sexual contra Crianças e Adolescentes. Instituída por lei federal, a
data marca a luta da sociedade brasileira contra essa problemática e a
cada ano se identifica um número maior de atividades sendo realizadas
para lembrar a responsabilidade de todos na proteção das meninas e dos
meninos.
As campanhas objetivam prevenir a
violação do direito e fomentar a denúncia, que pode ser feita por meio
do Disque 100 ou do Conselho Tutelar da cidade, bem como pelo aplicativo
de celular “Proteja Brasil”. Cabe ressaltar que para realização da
denúncia, basta a suspeita.
Por Luane Natalle e Douglas Moreira
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