Todos
os batizados são chamados a anunciar o Evangelho com coragem em toda realidade.
É o que escreve o Papa Francisco em sua Mensagem para o Dias Mundial das
Missões, que será celebrado em 20 de outubro próximo.
No documento publicado, nesta terça-feira, 06 de
agosto, e que traz a data de 19 de maio passado, Solenidade de Pentecostes, o
Pontífice ressalta que “evangelizar jamais é um ato isolado”, mas “sempre
eclesial” e reitera que uma comunidade é realmente adulta se consegue sair de
seu recinto para levar a esperança de Jesus também às periferias.
“A fé é dom precioso de Deus”, “um dom que não se
pode guardar para si, mas deve ser partilhado”. O Papa Francisco parte dessa
consideração para desenvolver a sua primeira Mensagem para o Dia Mundial das
Missões.
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“Toda comunidade é ‘adulta’ quando professa a fé,
a celebra com alegria na liturgia, vive a caridade e anuncia sem cessar a
Palavra de Deus, saindo de seu recinto para levá-la também às ‘periferias’” –
escreve.
Em seguida, o Santo Padre ressalta que a dúplice
ocasião do Ano da Fé e do 50º aniversário do início do Concílio Vaticano II
devem impelir a Igreja “uma renovada consciência da sua presença no mundo de
hoje, da sua missão entre os povos e as nações”.
E observa que a “missionariedade não é somente
uma questão de territórios geográficos”, vez que “os confins da fé não
atravessam somente lugares e tradições humanas, mas o coração de cada homem e de
cada mulher”.
Portanto, cada comunidade é interpelada a
anunciar Jesus até os extremos confins da terra como “um aspecto essencial” da
vida cristã. Todos “somos enviados pelas estradas do mundo para caminhar com os
irmãos, professando e testemunhando a nossa fé em Cristo”, reitera.
Em seguida, Francisco convida os bispos a darem
relevo especial à “dimensão missionária nos programas pastorais e formativos”,
evidenciando que “a missionariedade não é somente uma dimensão programática na
vida cristã, mas também paradigmática que concerne a todos os aspectos da vida
cristã”.
Ademais, observa o Papa, “muitas vezes a obra de
evangelização encontra obstáculos não apenas externamente, mas dentro da própria
comunidade eclesial”. Por vezes, afirma, são tênues o fervor, a alegria, a
coragem no anunciar” Jesus a todos e “no ajudar os homens do nosso tempo a
encontrá-lo”.
E escreve, “por vezes ainda se pensa que levar a
verdade do Evangelho é fazer violência à liberdade”, quando, ao invés, levar a
verdade evangélica “é uma homenagem a essa liberdade”, ressalta o Papa fazendo
recordar Paulo VI.
Muitas vezes, “vemos que são a violência, a
mentira e o erro a serem ressaltados”, então é “urgente fazer resplendecer em
nosso tempo a vida boa do Evangelho com o anúncio e o testemunho, e isso deve
ser feito dentro da própria Igreja”, adverte o Santo Padre.
Francisco reitera que “é importante não esquecer
um princípio fundamental para todo evangelizador: não se pode anunciar Cristo
sem a Igreja. Evangelizar jamais é um ato isolado, individual, privado, mas
sempre eclesial”.
O Papa detém-se sobre os muitos desafios da
evangelização e encoraja todos a levar ao homem do nosso tempo “a luz segura que
ilumina o seu caminho e que somente o encontro com Cristo pode dar”.
A “missionariedade da Igreja não é proselitismo,
mas testemunho de vida que ilumina o caminho, que leva esperança e amor”,
reafirma, e recorda que “é justamente o Espírito Santo que guia a Igreja neste
caminho”.
Na parte conclusiva da Mensagem o Pontífice
recorda aqueles que se fazem portadores da Boa Nova, dos missionários aos
presbíteros fidei donum, aos fiéis leigos que “deixam a própria pátria para
servir ao Evangelho em terras e culturas diferentes”.
“Doar missionários e missionárias jamais é uma
perda, mas um ganho”, constata, e encoraja os bispos e as famílias religiosas “a
ajudarem as Igrejas que necessitam” de sacerdotes, religiosos e leigos para
“reforçar a comunidade cristã”.
É importante que “as Igrejas mais ricas de
vocações ajudem com generosidade as que sofrem escassez de vocações”, lê-se no
documento. Por outro lado, ressalta a importância das “jovens Igrejas” que podem
promover um novo entusiasmo nas Igrejas de antiga tradição cristã.
Por fim, o Papa Francisco dirige um pensamento
aos cristãos perseguidos em várias partes do mundo, observando que hoje existem
mais mártires do que nos primeiros séculos. O Pontífice assegura a sua
proximidade com a oração e lhes repete as palavras consoladoras de Jesus:
“Coragem, eu venci o mundo”.
Confira a íntegra do texto,
clicando aqui.
Fonte: CNBB
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