Entrevista com o Ir. Tony Leon - Austrália
A Comissão Internacional Irmãos Hoje se reuniu em Roma, em julho passado. Nessa oportunidade conversamos com alguns de seus membros. Hoje apresentamos a conversa que tivemos com o Ir. Tony Leon, da Província da Austrália.
Fale-me sobre você
Meu nome é Tony Leon. Nasci em Hong Kong. Quando eu tinha cinco anos de idade, minha família imigrou para a Austrália. Fui educado pelos Irmãos Maristas desde a quinta série. Ingressei no postulantado em 1981, após ter me formado em Gestão Hoteleira. Considero uma graça ter trabalhado na educação primária e secundária, nas escolas de meninos ou mistas, nos internatos ou escolas de período regular.
Eu gostava de ser coordenador de alunos, bem como de coordenar a residência de cuidados especiais para jovens em risco. Durante seis anos, trabalhei na Pastoral Juvenil e Vocacional, o que me permitiu viajar pela minha província. No momento, faço parte daequipe de Formação Marista, que organiza encontros de Formação Cristã para os nossos muitos educadores Maristas em toda a província da Austrália. Em 2014, vou trabalhar com o Ir. César Rojas na Secretaria “Irmãos Hoje”, em Roma.
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O que significa para você ser um Irmão Marista?
Durante a minha formação inicial, sempre foi inspiração para mim o trabalho que os Irmãos faziam em seus ministérios: ajudando os alunos em suas lições, no treinamento esportivo, no acompanhamento dos grupos de jovens e, por fim, na partilha do tempo com a comunidade local. Eu queria saber o que deveria fazer e como poderia viver minha vida como um Irmão Marista. Hoje, o foco não é mais apenas aqueles Irmãos que me inspiravam, mas a fonte que os inspirava: as suas relações pessoais com Jesus, que tem sustentado esses homens heróicos, fiéis por tanto tempo. Para mim, então, ser Irmão significa prestar atenção à esta fonte divina que age nos outros, e saber que eu posso ser e viver minha vida como fiel irmão para com os outros. A maneira de fazer isso vai depender de quão perto eu consigo ficar de Jesus encarnado em cada pessoa.
A animação vocacional e a formação inicial são uma importante missão para o Instituto? Em sua opinião, como nós deveríamos?
Somos uma Instituição de homens consagrados, e a marca masculina na nossa espiritualidade se sobressai fortemente na missão de educar os jovens, especialmente os mais desfavorecidos. Por outro lado, também somos marcados pela dimensão da delicadeza, caracteristica que provém da espiritualidade Marial. Como muitos homens, os Irmãos gostam de trabalhar duro e são muito dedicados ao trabalho pastoral. Às vezes, ignoram as consequências disso para a sua própria saúde e bem-estar, em razão da demanda do trabalho. Isso também se dá em relação à Pastoral Vocacional e à Formação Inicial, uma vez que representam a continuidade do nosso Instituto. Assim, como na metáfora em que São Paulo compara a Igreja a um corpo, da mesma forma a Pastoral Vocacional e a Formação Inicial são partes do corpo que é o Instituto Marista, que requer nossa atenção agora, em vista do futuro, tanto em quantidade de vocações como na qualidade da nossa resposta pessoal.
De que maneira podemos fazer isso?
Partindo do honesto reconhecimento da nossa vulnerabilidade, juntamente com a convicção de féde que o chamado de Deus para vivermos a vida religiosa do jeito de Maria, não só é relevante hoje, mas crucial para o futuro de toda a Igreja. A maneira como isso será feito, dependerá de nossa vontade coletiva e individual, para que o mundo seja continuamente abençoado com os dons Maristas ao longo dosanos.
Em quase 200 anos da fundação do Instituto, quais são os desafios para os Irmãos, hoje?
Os desafios que brotam de Marcelino continuam relevantes? Enquanto houver um jovem que é afetado pela pobreza de recursos, pela falta de fé,pela sede de espiritualidade e que esteja desconectado da comunidade, a missão de São Marcelino se faz atual e necessária.
Que experiência particular dos Irmãos de sua região pode ser um exemplo para o Instituto?
A província australiana mantém uma estreita relação entre Irmãos e Leigos Maristas. O jeito com que os trabalhos e as responsabilidades são compartilhadas segue o princípio da corresponsabilidade. Há conselhos formados por Irmãos, Leigos e Leigos que orientam o trabalho nas escolas, nas obras sociais, nas missões de solidariedade, na pastoral vocacional e na pastoral da juventude, assim como, atuando em conjunto, determinam e conduzem as decisões para o futuro da Província. Os diretores das comissões de Formação Espiritual Marista, de Juventude e de Leigos são os próprios Leigos. Na Austrália, nós não temos mais aquele grande número de Irmãos que tivemos um dia. No entanto, somos, hoje, muito mais Maristas em razão do grande número de colegas que se identificam como Maristas.
FONTE: http://www.champagnat.org/400.php?a=6&n=2905#sthash.frBDLEku.dpuf
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