Maria nos sermões e instruções de
Champagnat - Carlos Andrade
Tudo a Jesus por Maria, tudo a Maria
para Jesus (Champagnat).
MARIA,
MÃE DE JESUS, A BOA MÃE PARA CHAMPAGNAT
*
A Boa Mãe é um elo de união desde os
primeiros Irmãos da Congregação Marista. E ainda hoje Ela continua a unir os
Maristas, as famílias e a sociedade na busca de um mundo mais humano, solidário
e fraterno.
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A Boa Mãe de Champagnat e dos Irmãos
Maristas, sempre presente, sobretudo nas dificuldades a ela recorria.
Irmãozinhos de Maria, assim eram chamados e, nas casas da Congregação, Maria
tem lugar de destaque.
(São Marcelino Champagnat)
*
A
devoção de Champagnat por Maria, a Boa Mãe vem do berço, influência da mãe e
da tia. E no seminário essa devoção passou a ser prática e encarnada,
relacionada com a vida.
*
A
imagem da Boa Mãe é comum na França (Lyon), onde seu protótipo está na Catedral
de Rouen (Normandia), esculpida em mármore branco, em tamanho natural de uma
pessoa. É também conhecida como Nossa Senhora do Voto, devido à tradição dos
néo-sacerdotes fazerem voto de fidelidade antes de partirem em missão.
A relação de Marcelino Champagnat com Maria, a quem ele se referia como a "Boa Mãe", foi marcada por uma profunda afeição e total confiança, pois estava plenamente convencido de que o projeto que empreendera era, na verdade, obra dela.
Escreveu certa vez: "Sem Maria somos nada, mas com Maria temos tudo, porque Maria sempre tem o seu adorável Filho em seus braços e em seu coração." Esta convicção permaneceu com ele ao longo da sua vida. Jesus e Maria eram o tesouro no qual Marcelino Champagnat aprendera a depositar o seu próprio coração.
"Lembrai-vos de que sois irmãos, que Maria é vossa mãe comum e que sois todos chamados à mesma herança que é o céu."
São Marcelino Champagnat
A mãe, que somos convidados a olhar, é aquela da Visitação. Mais precisamente, aquela do começo da Visitação, quando Maria decide ir depressa; é Maria na audácia da missão.
São Marcelino Champagnat
*
A carta de 20 de julho de 1839 (doe. 259) dá o tom
geral:
*
"Se podemos falar a Jesus, o que é que não
temos direito de dizer a Maria?... Diga, pois, a Maria que a honra da sua
sociedade exige que ela o conserve casto como um anjo". São Marcelino Champagnat
A mensagem de
Champagnat é de quem levou a sério o evangelho, através da linguagem de suas
palavras e de seus atos revelando nas entrelinhas da vida o desejo de ser como
Filho de Maria, como um filho correndo aos braços, ao coração da mãe.
Temos em mãos
seus únicos escritos em se tratando de sermões e instruções sobre a Virgem
Maria, portanto os definimos como fontes principais:
Champagnat deixa
claro a dimensão cristológica que a devoção a Maria representa: “O Rosário é
devoção estabelecida para honrar Nosso Senhor Jesus Cristo e a Santíssima
Virgem”. A seguir, faz uma explanação de como se deve rezar o rosário com a
devida explicação de seus mistérios, parte por parte.
Lucas2,22:
Completando-se o tempo da purificação deles, de acordo com a Lei de Moisés,
José e Maria o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor.
O sermão sobre a
purificação de Maria se divide em três itens assim explicados: (a) a Purificação
de Maria. Apresenta as virtudes de Maria: a obediência (por que
observa os mandamentos), humildade (tudo faz com humildade), pobreza (por
que pobre aos olhos do mundo e de Deus); (b) na Apresentação de Jesus é
destacado o amor de José e Maria. São eles que conduzem Jesus do presépio ao
altar; (c) a presença de José.
Sermão sobre a
Assunção da Santíssima Virgem:
Os sacerdotes
conduziram a Arca da Aliança de Iahweh ao seu lugar, ao Debir do Templo, a
saber, ao Santo dos Santos, sob as asas dos querubins.
Champagnat alude
à festa da Assunção a partir do significado que a Arca da Aliança representou
no Antigo Testamento. Neste sentido, apresenta a pessoa de Jesus, que percebe
sua Mãe (a Arca da Nova Aliança). Como Davi, que notando o esquecimento da Arca
em Obededom, retira-a para um lugar de honra; assim também Jesus, ao perceber
Maria desconhecida, passando por humilhações, a coloca no céu.
são assim
definidas pois não apresentam elaboração com tema específico sobre a Virgem
Maria. Num primeiro momento veremos os sermões onde Champagnat cita o nome de
Maria com seu devido significado; a seguir analisaremos alguns de seus
pensamentos sobre a Devoção a Nossa Senhora.
Sermões - “Sermão
sobre a morte do pecador”, Champagnat fala de Maria como “Virgem
Santa, refúgio dos pecadores, rogai a vosso adorável Filho para que
disponha os corações dos ouvintes”. O pecador que encontra um lugar
junto a Maria encontrou o caminho para chegar a Jesus.
- “Sermão
da morte do pecador”,
a presença de Maria está relacionada com o Espírito Santo:
“Espírito Santo, vós a quem compete converter os pecadores, falai-lhes ao
coração enquanto minha voz lhes toca os ouvidos. Conseguiremos isso pela
intercessão de Maria”.
- “Sermão
sobre a Conversão”, a figura de Maria se apresenta como refúgio
dos pecadores.
Ensinamento
de Champagnat sobre a Devoção à Santíssima Virgem:
Champagnat
estava convicto que a salvação também passava pela presença de Maria.
Maria é “Mãe de
Misericórdia”, “Refúgio dos pecadores”.
Assim, a
dimensão salvífica mariana de Champagnat corresponde àquela ação de Maria na
Igreja de “Cooperadora na obra do Salvador” (LG 61), ou ainda, como
“subordinada à mediação do único Mediador” (RM 40).
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