quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ao encontro de Irmãos santos

Henri havia pedido, com autorização do Conselho Provincial, a nacionalidade argelina. O Ir. Basílio lhe respondeu de Roma, a 26 de maio de 1983 : « ... O seu gesto ao pedir a nacionalidade argelina é particularmente belo: é uma encarnação realmente evangélica e felicito-o por isso de todo o coração ». (Cf. Convergences, p. 97) Henri não teve a alegria de ver seu pedido aceito.

8 de maio 2013: Irmãos Basílio Rueda e Henri Vergès

07/05/2013: Casa Geral
Neste mesmo dia, em 1994, um domingo de tarde, o Irmão Henri Vergès testemunhava com seu sangue, depois de 25 anos de  serviço aos jovens na Argélia. Recordamos sua memória associando-a à do Irmão Basílio Rueda, que sempre apoiou o apostolado de Henri.
O Instituto achou por bem, após uma dezena de anos, abrir o processo com vistas à beatificação desses dois Irmãos. Tal encargo, que traduz nosso reconhecimento e nossa admiração por seu testemunho, cada qual segundo seu caminho de vida, pode ser um estímulo em nosso trabalho cotidiano.
O aniversário da morte violenta de Henri é ocasião de recordar a profunda amizade fraternal que tinha pelo Irmão Basílio que, ademais, lhe fazia bem. Testemunham-no os extratos das cartas que seguem.
A 24 de dezembro de 1976, Henri escreve a Basílio, então Superior geral, de Sour-El-Ghozlane, cidadezinha do planalto, a 120 km ao Sul da Argélia  Encontra-se aí, há umas semanas, com outro Irmão, como professor de Matemática. Após a nacionalização das escolas pelo Estado argelino, Henri deixou, em junho, o colégio Saint-Bonaventure, no coração da Argélia. Escreve : « ... Eis-nos, muito mais que no passado, numa situação de humilde serviço, expressando bem simplesmente com nossa vida  de cada dia nosso amor a Deus e a nossos irmãos no meio dos quais estamos presentes. É bem a vida de Nazaré com seu trabalho, suas humildes preocupações diárias para preparar a alimentação, arrumar a casa, seu múltiplo contato, sobretudo com os pequenos, seus momentos também de silêncio e de acolhida do Senhor... Penso que é uma graça de Deus viver neste momento, encorajados vivamente pelos responsáveis da Igreja na Argélia, em particular o Cardeal Duval, que até nos prometeu para breve sua visita e que pode ser também um sinal providencial para nosso Instituto. Tanto mais que condições de vida bastante semelhantes devem ser vividas por muitos Irmãos pelo mundo afora ». (Cf. Convergences, p. 42, Roma 2000)
Esses extratos de correspondência dão uma ideia da estima recíproca e da afeição mútua de nossos dois Irmãos. A chama que brilhava nos seus corações de apóstolos, fez deles, cada um a seu modo, servidores de seus irmãos e dos jovens
Guardemos fielmente sua memória e roguemos-lhes que nos comuniquem a caridade pastoral de que estavam repletos. Confiemos-lhes os Irmãos e leigos que trabalham nas missões « ad Gentes » e mais particularmente nossas duas comunidades de Mostaganem e de Oran. Dificilmente nos podemos impedir de considerá-las como fruto do amor de Henrique ao povo argelino, especialmente aos jovens que ele amou até doar sua vida.
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Irmão Alain Delorme, vice-postulador

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