terça-feira, 19 de agosto de 2014

Papa insiste na cultura do encontro, pedindo "empatia" - Entrevista ao P. Lombardi

Papa insiste na cultura do encontro, pedindo "empatia" - Entrevista ao P. Lombardi


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Foi com uma mensagem de paz e reconciliação que Papa Francisco concluiu a sua viagem à Coreia. Também no encontro com os bispos da Ásia, o Papa falou da necessidade de promover o diálogo e a cultura do encontro usando uma palavra pouco comum - empatia. O colega italiano Davide Dionisi pediu ao padre Federico Lombardi um comentário a propósito:

O Papa - como sabemos – procura o encontro: fala sempre da cultura do encontro: as pessoas se encontram quando existe uma verdadeira disponibilidade do coração, da mente, da pessoa na sua globalidade a acolher o outro, a compreendê-lo e aceitá-lo, pensando que do encontro haverá um enriquecimento mútuo, que do encontro se retorna melhores e mais ricos em valores espirituais, e eventualmente também religiosos, de quanto eram antes do encontro. Então o Papa diz aos bispos deste continente em que o diálogo entre as diferentes culturas, entre as diversas religiões, entre os diversos povos é extremamente importante, que se requer a atitude fundamental para enfrentar esta situação mas, mais do que enfrentá-la, para vivê-la, porque é a situação em que os cristãos vivem normalmente na Ásia.

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Portanto, com esta empatia quer dizer capacidade também de sintonia, de entrar na mesma onda e portanto de se entender quase instintivamente, porque todo o próprio ser é posto em movimento para acolher o outro. Não se trata, pois, de uma operação puramente intelectual, não é uma operação formal, mas é algo em que a pessoa se coloca em jogo. Por isso dizemos que no "vocabulário papal", muitas vezes encontramos este mesmo tema, concretizado em seguida na cultura do encontro.

- A propósito de vocabulário, a homilia da missa na Jornada da Juventude Asiática girou à volta do lema "Juventude da Ásia 'Levanta-te!'" ...

Foi uma homilia que analisou e seguiu as grandes palavras sobre as quais estes jovens se encontraram. Naturalmente, o Papa procura dar a estes jovens a carga do entusiasmo de que precisam para viver as situações nem sempre fáceis, ou mesmo muitas vezes difíceis, em que eles se encontram e que são muitas vezes situações de minoria na sociedade em que vivem, que são situações que muitas vezes comportam graves problemas de natureza social, ou económica. Portanto são os jovens que devem ser encorajados, mas não com sentimento de pena, mas sim com um sentido de grande dignidade, que eles devem descobrir e viver, e que tem o seu fundamento numa fé vivida. Muito bonito colocar os jovens em confronto com o testemunho dos mártires, que são pois realmente os heróis da vida cristã, aqueles que foram capazes de se jogar plenamente, mesmo nas situações de contraste mais duro em relação à fé, em relação à sua vida, para afirmar a positividade da sua fé e também para aqueles que são os mártires coreanos, que são também mártires de um empenho de igualdade social e de caridade na sociedade, que recusava uma atenção verdadeiramente a todos e em particular aos mais vulneráveis, ou às pessoas consideradas inferiores. Portanto, o Papa quer indicar a estes jovens a via da coragem, do entusiasmo, da alegria, sempre fundada, porém, numa fé firme, que vem do encontro com Cristo, do conhecimento com Jesus Cristo e da familiaridade com Ele.

- Da Coreia, foi lançada a semente do novo anúncio: Indonésia 2017 ...

Estas Jornadas da Juventude Asiáticas percorrem os diversos países do continente. Tivemos, num dos encontros dos jovens com o Papa, uma belíssima representação cultural feita pelos jovens indonésios que estavam presentes aqui e que mostraram a riqueza e a especificidade das culturas deste imenso arquipélago: eram danças de cinco culturas diferentes, o que significa que os problemas de se acolher e se entender um ao outro, também são válidos no interior de cada um destes grandes países. O facto de que o percurso passe da situação coreana a uma situação muito diferente, como é a situação da Indonésia, diz o grande itinerário que a Igreja deve percorrer, a variedade das suas situações, a maravilha também – digamo-lo também - das culturas ou situações que se encontram e que, em seguida, devem ser confrontadas com o Evangelho para ser ajudadas a dar o melhor de si.
fonte: RADIO VATICANO

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