As 38 questões para o Sínodo sobre a família
Cidade do
Vaticano (RV) – “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da
evangelização” é o título do Documento preparatório para a III Assembleia Geral
Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que será realizada de 5 a 19 de outubro do
próximo ano.
O Documento contém um questionário sobre questões concernentes a vários aspectos da vida familiar. Confira aqui:
O Documento contém um questionário sobre questões concernentes a vários aspectos da vida familiar. Confira aqui:
“Os desafios pastorais sobre a família no contexto da
evangelização”
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I – O Sínodo: família e evangelização
A missão de pregar o Evangelho a cada criatura foi confiada diretamente pelo
Senhor aos seus discípulos, e dela a Igreja é portadora na história. Na época em
que vivemos, a evidente crise social e espiritual torna-se um desafio pastoral,
que interpela a missão evangelizadora da Igreja para a família, núcleo vital da
sociedade e da comunidade eclesial.
Propor o Evangelho sobre a família neste contexto é mais urgente e necessário
do que nunca. A importância deste tema sobressai do facto que o Santo Padre
decidiu estabelecer para o Sínodo dos Bispos um itinerário de trabalho em duas
etapas: a primeira, a Assembleia Geral Extraordinária de 2014, destinada a
especificar o “status quaestionis” e a recolher testemunhos e propostas dos
Bispos para anunciar e viver de maneira fidedigna o Evangelho para a família; a
segunda, a Assembleia Geral Ordinária de 2015, em ordem a procurar linhas de
ação para a pastoral da pessoa humana e da família.
Hoje perfilam-se problemáticas até há poucos anos inéditas, desde a difusão
dos casais de facto, que não acedem ao matrimónio e às vezes excluem esta
própria ideia, até às uniões entre pessoas do mesmo sexo, às quais não raro é
permitida a adoção de filhos. Entre as numerosas novas situações que exigem a
atenção e o compromisso pastoral da Igreja, será suficiente recordar:
- os matrimónios mistos ou inter-religiosos;
- a família monoparental;
- a poligamia;
- os matrimónios combinados, com a consequente problemática do dote, por vezes entendido como preço de compra da mulher;
- o sistema das castas;
- a cultura do não-comprometimento e da presumível instabilidade do vínculo;
- as formas de feminismo hostis à Igreja;
- os fenómenos migratórios e reformulação da própria ideia de família;
- o pluralismo relativista na noção de matrimónio;
- a influência dos meios de comunicação sobre a cultura popular na compreensão do matrimónio e da vida familiar;
- as tendências de pensamento subjacentes a propostas legislativas que desvalorizam a permanência e a fidelidade do pacto matrimonial;
- o difundir-se do fenómeno das mães de substituição (“barriga de aluguel”);
- e as novas interpretações dos direitos humanos.
- Mas sobretudo no âmbito mais estritamente eclesial, o enfraquecimento ou abandono da fé na sacramentalidade do matrimónio e no poder terapêutico da penitência sacramental.
A partir de tudo isto compreende-se como é urgente que a atenção do
episcopado mundial, “cum et sub Petro”, enfrente estes desafios. Se, por
exemplo, pensarmos unicamente no facto de que no contexto atual muitos
adolescentes e jovens, nascidos de matrimónios irregulares, poderão nunca ver os
seus pais aproximar-se dos sacramentos, compreenderemos como são urgentes os
desafios apresentados à evangelização pela situação atual, de resto difundida em
todas as partes da “aldeia global”.
Esta realidade encontra uma correspondência singular no vasto acolhimento que
tem, nos nossos dias, o ensinamento sobre a misericórdia divina e sobre a
ternura em relação às pessoas feridas, nas periferias geográficas e
existenciais: as expectativas que disto derivam, a propósito das escolhas
pastorais relativas à família, são extremamente amplas.
Por isso, uma reflexão do Sínodo dos Bispos a respeito destes temas parece
tanto necessária e urgente quanto indispensável, como expressão de caridade dos
Pastores em relação a quantos lhes são confiados e a toda a família humana.
II – A Igreja e o Evangelho sobre a família
A boa nova do amor divino deve ser proclamada a quantos vivem esta
fundamental experiência humana pessoal, de casal e de comunhão aberta ao dom dos
filhos, que é a comunidade familiar.
A doutrina da fé sobre o matrimónio deve ser apresentada de modo comunicativo
e eficaz, para ser capaz de alcançar os corações e de os transformar segundo a
vontade de Deus manifestada em Cristo Jesus.
A propósito das fontes bíblicas sobre o matrimónio e a família, nesta
circunstância apresentamos somente as referências essenciais. Também no que se
refere aos documentos do Magistério, parece oportuno limitar-se aos documentos
do Magistério universal da Igreja, integrando-os com alguns textos emanados pelo
Pontifício Conselho para a Família e atribuindo aos Bispos participantes no
Sínodo a tarefa de dar voz aos documentos dos seus respectivos organismos
episcopais.
Em todas as épocas e nas culturas mais diversificadas nunca faltou o
ensinamento claro dos Pastores, nem o testemunho concreto dos fiéis, homens e
mulheres que, em circunstâncias muito diversas, viveram o Evangelho sobre a
família como uma dádiva incomensurável para a sua própria vida e para a vida dos
sues filhos.
O compromisso a favor do próximo Sínodo Extraordinário é assumido e
sustentado pelo desejo de comunicar esta mensagem a todos, com maior
incisividade, esperando assim que «o tesouro da revelação confiado à Igreja
encha cada vez mais os corações dos homens» (DV 26).
O projeto de Deus Criador e Redentor
A beleza da mensagem bíblica sobre a família tem a sua raiz na criação do
homem e da mulher, ambos criados à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 24-31;
2, 4b-25). Ligados por uma vínculo sacramental indissolúvel, os esposos vivem a
beleza do amor, da paternidade, da maternidade e da dignidade suprema de
participar deste modo na obra criadora de Deus.
No dom do fruto da sua união, eles assumem a responsabilidade do crescimento
e da educação de outras pessoas, para o futuro do género humano. Através da
procriação, o homem e a mulher realizam na fé a vocação de ser colaboradores de
Deus na preservação da criação e no desenvolvimento da família humana.
O Beato João Paulo II comentou este aspecto na Familiaris consortio: «Deus
criou o homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26 s.): chamando-o à
existência por amor, chamou-o ao mesmo tempo ao amor. Deus é amor (1 Jo 4, 8) e
vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem
e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da
mulher a vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da
comunhão (cf. “Gaudium et spes”, 12). O amor é, portanto, a fundamental e
originária vocação de cada ser humano» (FC 11).
Este projeto de Deus Criador, que o pecado original deturpou (cf. Gn 3,
1-24), manifestou-se na história através das vicissitudes do povo eleito, até à
plenitude dos tempos, pois mediante a encarnação o Filho de Deus não apenas
confirmou a vontade divina de salvação, mas com a redenção ofereceu a graça de
obedecer a esta mesma vontade.
O Filho de Deus, Palavra que se fez carne (cf. Jo 1, 14) no seio da Virgem
Mãe, viveu e cresceu na família de Nazaré, e participou nas bodas de Caná, cuja
festa foi por Ele enriquecida com o primeiro dos seus “sinais” (cf. Jo 2, 1-11).
Ele aceitou com alegria o acolhimento familiar dos seus primeiros discípulos
(cf. Mc 1, 29-31; 2, 13-17) e consolou o luto da família dos seus amigos em
Betânia (cf. Lc 10, 38-42; Jo 11, 1-44).
Jesus Cristo restabeleceu a beleza do matrimónio, voltando a propor o projeto
unitário de Deus, que tinha sido abandonado devido à dureza do coração humano,
até mesmo no interior da tradição do povo de Israel (cf. Mt 5, 31-32; 19.3-12;
Mc 10, 1-12; Lc 16, 18). Voltando à origem, Jesus ensinou a unidade e a
fidelidade dos esposos, recusando o repúdio e o adultério.
Precisamente através da beleza extraordinária do amor humano – já celebrada
com contornos inspirados no Cântico dos Cânticos, e do vínculo esponsal exigido
e defendido por Profetas como Oseias (cf. Os 1, 2-3,3) e Malaquias (cf. Ml 2,
13-16) – Jesus confirmou a dignidade originária do amor entre o homem e a
mulher.
O ensinamento da Igreja sobre a família
Também na comunidade cristã primitiva a família se manifestava como “Igreja
doméstica” (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1655): nos chamados “códigos
familiares” das Cartas apostólicas neotestamentárias, a grande família do mundo
antigo é identificada como o lugar da solidariedade mais profunda entre esposas
e maridos, entre pais e filhos, entre ricos e pobres (cf. Ef 5, 21-6, 9; Cl 3,
18-4, 1; 1 Tm 2, 8-15; Tt 2, 1-10; 1 Pd 2, 13-3, 7; cf., além disso, também a
Carta a Filémon). Em particular, a Carta aos Efésios identificou no amor nupcial
entre o homem e a mulher «o grande mistério», que torna presente no mundo o amor
de Cristo e da Igreja (cf. Ef 5, 31-32).
Ao longo dos séculos, sobretudo na época moderna até aos nossos dias, a
Igreja não fez faltar um seu ensinamento constante e crescente sobre a família e
sobre o matrimónio que a fundamenta. Uma das expressões mais excelsas foi a
proposta do Concílio Ecuménico Vaticano II, na Constituição pastoral Gaudium et
spes que, abordando algumas problemáticas mais urgentes, dedica um capítulo
inteiro à promoção da dignidade do matrimónio e da família, como sobressai na
descrição do seu valor para a constituição da sociedade: «A família – na qual se
congregam as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma
sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências
da vida social – constitui assim o fundamento da sociedade» (GS 52).
Particularmente intenso é o apelo a uma espiritualidade cristocêntrica dirigida
aos esposos crentes: «Os próprios esposos, feitos à imagem de Deus e
estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de
afeto e de pensamento e com mútua santidade, de modo que, seguindo a Cristo,
princípio da vida, se tornem pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e
dos sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus
revelou ao mundo com a sua morte e a sua ressurreição» (GS 52).
Também os Sucessores de Pedro, depois do Concílio Vaticano II, enriqueceram
mediante o seu Magistério a doutrina sobre o matrimónio e a família, de modo
especial Paulo VI com a Encíclica Humanae vitae, que oferece ensinamentos
específicos a níveis de princípio e de prática. Sucessivamente, o Papa João
Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris consortio, quis insistir na
proposta do desígnio divino acerca da verdade originária do amor esponsal e
familiar:
«O “lugar” único, que torna possível esta doação segundo a sua verdade total,
é o matrimónio, ou seja o pacto de amor conjugal ou escolha consciente e livre,
com a qual o homem e a mulher recebem a comunidade íntima de vida e de amor,
querida pelo próprio Deus (cfr. Gaudium et spes, 48), que só a esta luz
manifesta o seu verdadeiro significado.
A instituição matrimonial não é uma ingerência indevida da sociedade ou da
autoridade, nem a imposição extrínseca de uma forma, mas uma exigência interior
do pacto de amor conjugal que publicamente se afirma como único e exclusivo,
para que seja vivida assim a plena fidelidade ao desígnio de Deus Criador. Longe
de mortificar a liberdade da pessoa, esta fidelidade põe-na em segurança em
relação ao subjetivismo e relativismo, tornando-a participante da Sabedoria
criadora» (FC 11).
O Catecismo da Igreja Católica reúne estes dados fundamentais: «A aliança
matrimonial, pela qual um homem e uma mulher constituem entre si uma comunidade
íntima de vida e de amor; foi fundada e dotada das suas leis próprias pelo
Criador: Pela sua natureza, ordena-se ao bem dos cônjuges, bem como à procriação
e educação dos filhos. Entre os baptizados, foi elevada por Cristo Senhor à
dignidade de sacramento [cf. Concílio Ecuménico Vaticano II, Gaudium et spes,
48; Código de Direito Canónico, cân. 1055 § 1]» (CCC, n. 1660).
A doutrina exposta no Catecismo refere-se tanto aos princípios teológicos
como aos comportamentos morais, abordados sob dois títulos distintos: O
sacramento do matrimónio (nn. 1601-1658) e O sexto mandamento (nn. 2331-2391).
Uma leitura atenta destas partes do Catecismo oferece uma compreensão atualizada
da doutrina da fé, em benefício da atividade da Igreja diante dos desafios
contemporâneos. A sua pastoral encontra inspiração na verdade do matrimónio
visto no desígnio de Deus, que criou varão e mulher, e na plenitude dos tempos
revelou em Jesus também a plenitude do amor esponsal, elevado a sacramento.
O matrimónio cristão, fundamentado sobre o consenso, é dotado também de
efeitos próprios, e no entanto a tarefa dos cônjuges não é subtraída ao regime
do pecado (cf. Gn 3, 1-24), que pode provocar feridas profundas e até ofensas
contra a própria dignidade do sacramento.
«O primeiro âmbito da cidade dos homens iluminado pela fé é a família; penso,
antes de mais nada, na união estável do homem e da mulher no matrimónio. Tal
união nasce do seu amor, sinal e presença do amor de Deus, nasce do
reconhecimento e aceitação do bem que é a diferença sexual, em virtude da qual
os cônjuges se podem unir numa só carne (cf. Gn 2, 24) e são capazes de gerar
uma nova vida, manifestação da bondade do Criador, da sua sabedoria e do seu
desígnio de amor.
Fundados sobre este amor, homem e mulher podem prometer-se amor mútuo com um
gesto que compromete a vida inteira e que lembra muitos traços da fé: prometer
um amor que dure para sempre é possível quando se descobre um desígnio maior que
os próprios projetos, que nos sustenta e permite doar o futuro inteiro à pessoa
amada» (LF 52).
«A fé não é um refúgio para gente sem coragem, mas a dilatação da vida: faz
descobrir uma grande chamada — a vocação ao amor — e assegura que este amor é
fiável, que vale a pena entregar-se a ele, porque o seu fundamento se encontra
na fidelidade de Deus, que é mais forte do que toda a nossa fragilidade» (LF
53).
III – Questionário
As seguintes perguntas permitem às Igrejas particulares participar
ativamente na preparação do Sínodo Extraordinário, que tem a finalidade
de anunciar o Evangelho nos atuais desafios pastorais a respeito da família.
1 – Sobre a difusão da Sagrada Escritura e do Magistério da
Igreja a propósito da família
a) Qual é o conhecimento real dos ensinamentos da Bíblia, da “Gaudium et
spes”, da “Familiaris consortio” e de outros documentos do Magistério
pós-conciliar sobre o valor da família segundo a Igreja católica? Como os nossos
fiéis são formados para a vida familiar, em conformidade com o ensinamento da
Igreja?
b) Onde é conhecido, o ensinamento da Igreja é aceite integralmente.
Verificam-se dificuldades na hora de o pôr em prática? Se sim, quais?
c) Como o ensinamento da Igreja é difundido no contexto dos programas
pastorais nos planos nacional, diocesano e paroquial? Que tipo de catequese
sobre a família é promovida?
d) Em que medida – e em particular sob que aspectos – este ensinamento é
realmente conhecido, aceite, rejeitado e/ou criticado nos ambientes
extra-eclesiais? Quais são os fatores culturais que impedem a plena aceitação do
ensinamento da Igreja sobre a família?
2 – Sobre o matrimónio segundo a lei natural
a) Que lugar ocupa o conceito de lei natural na cultura civil, quer nos
planos institucional, educativo e académico, quer a nível popular? Que visões da
antropologia estão subjacentes a este debate sobre o fundamento natural da
família?
b) O conceito de lei natural em relação à união entre o homem e a mulher é
geralmente aceite, enquanto tal, por parte dos batizados?
c) Como é contestada, na prática e na teoria, a lei natural sobre a união
entre o homem e a mulher, em vista da formação de uma família? Como é proposta e
aprofundada nos organismos civis e eclesiais?
d) Quando a celebração do matrimónio é pedida por batizados não praticantes,
ou que se declaram não-crentes, como enfrentar os desafios pastorais que disto
derivam?
3 – A pastoral da família no contexto da
evangelização
Quais foram as experiências que surgiram nas últimas décadas em ordem à
preparação para o matrimónio? Como se procurou estimular a tarefa de
evangelização dos esposos e da família? De que modo promover a consciência da
família como “Igreja doméstica”?
Conseguiu-se propor estilos de oração em família, capazes de resistir à
complexidade da vida e da cultural contemporânea?
Na atual situação de crise entre as gerações, como as famílias cristãs
souberam realizar a própria vocação de transmissão da fé?
De que modo as Igrejas locais e os movimentos de espiritualidade familiar
souberam criar percursos exemplares?
Qual é a contribuição específica que casais e famílias conseguiram oferecer,
em ordem à difusão de uma visão integral do casal e da família cristã, hoje
credível?
Que atenção pastoral a Igreja mostrou para sustentar o caminho dos casais em
formação e dos casais em crise?
4 – Sobre a pastoral para enfrentar algumas situações
matrimoniais difíceis
a) A convivência ad experimentum é uma realidade pastoral relevante na Igreja
particular? Em que percentagem se poderia calculá-la numericamente?
b) Existem uniões livres de facto, sem o reconhecimento religioso nem civil?
Dispõem-se de dados estatísticos confiáveis?
c) Os separados e os divorciados recasados constituem uma realidade pastoral
relevante na Igreja particular? Em que percentagem se poderia calculá-los
numericamente? Como se enfrenta esta realidade, através de programas pastorais
adequados?
d) Em todos estes casos: como vivem os batizados a sua irregularidade? Estão
conscientes da mesma? Simplesmente manifestam indiferença? Sentem-se
marginalizados e vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os
sacramentos?
e) Quais são os pedidos que as pessoas separadas e divorciadas dirigem à
Igreja, a propósito dos sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação? Entre as
pessoas que se encontram em tais situações, quantas pedem estes sacramentos?
f) A simplificação da praxe canónica em ordem ao reconhecimento da declaração
de nulidade do vínculo matrimonial poderia oferecer uma contribuição positiva
real para a solução das problemáticas das pessoas interessadas? Se sim, de que
forma?
g) Existe uma pastoral para ir ao encontro destes casos? Como se realiza esta
atividade pastoral? Existem programas a este propósito, nos planos nacional e
diocesano? Como a misericórdia de Deus é anunciada a separados e divorciados
recasados e como se põe em prática a ajuda da Igreja para o seu caminho de
fé?
5 – Sobre as uniões de pessoas do mesmo sexo
a) Existe no vosso país uma lei civil de reconhecimento das uniões de pessoas
do mesmo sexo, equiparadas de alguma forma ao matrimónio?
b) Qual é a atitude das Igrejas particulares e locais, quer diante do Estado
civil promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, quer perante as
pessoas envolvidas neste tipo de união?
c) Que atenção pastoral é possível prestar às pessoas que escolheram viver em
conformidade com este tipo de união?
d) No caso de uniões de pessoas do mesmo sexo que adotaram crianças, como é
necessário comportar-se pastoralmente, em vista da transmissão da fé?
6 – Sobre a educação dos filhos no contexto das situações de
matrimónios irregulares
a) Qual é nestes casos a proporção aproximativa de crianças e adolescentes,
em relação às crianças nascidas e educadas em famílias regularmente
constituídas?
b) Com que atitude os pais se dirigem à Igreja? O que pedem? Somente os
sacramentos, ou inclusive a catequese e o ensinamento da religião em geral?
c) Como as Igrejas particulares vão ao encontro da necessidade dos pais
destas crianças, de oferecer uma educação cristã aos próprios filhos?
d) Como se realiza a prática sacramental em tais casos: a preparação, a
administração do sacramento e o acompanhamento?
7 – Sobre a abertura dos esposos à vida
a) Qual é o conhecimento real que os cristãos têm da doutrina da Humanae
vitae a respeito da paternidade responsável? Que consciência têm da avaliação
moral dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que aprofundamentos
poderiam ser sugeridos a respeito desta matéria, sob o ponto de vista
pastoral?
b) Esta doutrina moral é aceite? Quais são os aspectos mais problemáticos que
tornam difícil a sua aceitação para a grande maioria dos casais?
c) Que métodos naturais são promovidos por parte das Igrejas particulares,
para ajudar os cônjuges a pôr em prática a doutrina da Humanae vitae?
d) Qual é a experiência relativa a este tema na prática do sacramento da
penitência e na participação na Eucaristia?
e) Quais são, a este propósito, os contrastes que se salientam entre a
doutrina da Igreja e a educação civil?
f) Como promover uma mentalidade mais aberta à natalidade? Como favorecer o
aumento dos nascimentos?
8 – Sobre a relação entre a família e a pessoa
a) Jesus Cristo revela o mistério e a vocação do homem: a família é um lugar
privilegiado para que isto aconteça?
b) Que situações críticas da família no mundo contemporâneo podem tornar-se
um obstáculo para o encontro da pessoa com Cristo?
c) Em que medida as crises de fé, pelas quais as pessoas podem atravessar,
incidem sobre a vida familiar?
9 – Outros desafios e propostas
Existem outros desafios e propostas a respeito dos temas abordados neste
questionário, sentidos como urgentes ou úteis por parte dos destinatários?
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