sábado, 16 de novembro de 2013

ABRIU-SE A PORTA DA FÉ

Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo de Osório(RS)

Neste sábado, no Parque de Rodeios de Osório, realizamos nosso tradicional Encontrão Diocesano dos Grupos de Famílias. Aproveitamos deste momento bonito de nossa caminhada para celebrarmos a conclusão, em nível diocesano, do “Ano da Fé” promulgado por Bento XVI em comemoração aos 50 anos do Concilio Vaticano II.
 
No motu proprio de convocação, o Papa, sabiamente, inicia o seu discurso dizendo que “A Porta da Fé, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós”. É bom e bonito saber que Deus está sempre a nossa espera e nunca fecha a possibilidade de retomarmos o caminho da fé.
 
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Certamente o Ano da Fé ajudou as pessoas que participaram da caminhada dos Grupos de Famílias a tornarem mais consciente a sua adesão ao Evangelho e puderam revigorar sua fé neste momento de profunda mudança que a humanidade está passando, mas também de tanta esperança pelas experiências vividas, especialmente recendo visita do Papa Francisco, por ocasião da JMJ.
Bento XVI nos provocou para missão nesse Ano da Fé, dizendo-nos que: “é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé.”
O texto bíblico que meditamos nos grupos, no Encontrão, At 14, 21-28, ajudou a entender como a história da propagação da fé continua através da vida de fé dos cristãos de hoje. Lemos no versículo 27: “Chegando ali, reuniram a comunidade. Contaram tudo o que Deus fizera por meio deles e como Ele havia aberto a porta da fé para os pagãos”.
A celebração da conclusão do “Ano da Fé”, da caminhada dos Grupos de Famílias de 2013 e das demais experiências eclesiais realizadas neste ano, é ocasião de reunir a comunidade para avaliar e perceber tudo o que Deus fez de bom e de bonito por meio de nós e de nossos grupos, como foi tocando e abrindo outros corações à proposta de Nosso Senhor Jesus Cristo. É importante reconhecer a ação de Deus, pois é Ele que converte as pessoas. Nós, com nosso testemunho de fé, somos apenas instrumentos que possibilitam o Encontro com Jesus e a consequente confissão de fé.
Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de fato, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir a sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos.
“Só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus”.
Lembro que quem, confessando-se e participando da Eucaristia poderá lucrar a graça da indulgência para si ou para os seus, visitando um dos dois santuários diocesanos – Nossa Senhora das Lágrimas no Caraá e Nossa Senhora de Lurdes em Dom Pedro de Alcântara (RS) – e realizando as práticas exigidas.
Não fechemos nunca as portas de nosso coração para Aquele que nos ama infinitamente e deseja muito entrar e conosco cear. Sempre que a porta da fé se abre para Deus, abre-se também para os irmãos. E o abrir-se aos irmãos é de algum modo abrir-se à fé.
Vendo como os primeiros cristãos se amavam e partilhavam suas vidas, abria-se a porta da fé para os pagãos. Que isso possa continuar acontecendo profusamente em nossa pequena e querida Diocese.

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