“A ti corremos, Angélico Pastor, Em ti nós vemos o doce Redentor. A voz de Pedro na tua o mundo escuta, não vencerão as forças do inferno, mas a verdade, o doce amor fraterno!” Hino do Vaticano
Por Padre Geovane Saraiva*
Jorge Mario Bergolio, a partir deste dia 13 de
março de 2013 é para o mundo católico o novo Papa, o novo Sumo Pontífice, com o
nome Papa Francisco. O quer dizer Pontífice? Pontífice quer dizer ponte e tem a
função de ligar uma margem à outra de um rio. No caso do Sucessor de Pedro, o
múnus que lhe foi atribuído é o de fazer a ligação da terra ao céu, numa
misteriosa troca de dons. A ocasião é por demais feliz, no sentido de rendermos
graças ao bom Deus, na mais absoluta convicção, de que o povo de Deus, com o
novo Vigário de Cristo na terra, reavirá a sua fé, através do representante
legítimo e visível de Cristo aqui na terra, avançando às águas mais profundas,
orientados por sua palavra segura, fecunda e esperançosa (cf. Lc 5, 4-7; MT 16,
18 ).
Que ele seja um autêntico pai na caridade, num
grande esforço de sempre mais proporcionar um estreito relacionamento da Igreja
com o mundo contemporâneo, no meu modo de perceber as coisas, igualmente
gritante, quando da ocasião Concílio Vaticano II, tendo por base os princípios
doutrinários da Mãe Igreja, nestas palavras: “As alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos
aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente
humana que não encontre eco no seu coração” (GS, 200).
Visto pelos olhos da fé, o gesto de Bento XVI,
que surpreendeu o mundo, revela-nos o sopro do Espírito Santo e que foi
humildemente acolhido por todos. Renúncia durante seis séculos era tida como um
sinal de fraqueza, mas que agora foi transformado e visto como uma atitude de
extraordinária grandeza, na eleição do novo representante de Cristo da terra, o
Papa Francisco.
Nossa confiança é enorme, sobretudo, ao
refletirmos sobre a parábola do pai misericordioso (Lc 15, 11-32), porque somos
chamados a sonhar com um papa totalmente identificado com o pai da passagem
deste Evangelho, no seu amor infinito e acolhedor, que soube no momento exato
compreender e compadecer-se da miséria do filho mais novo, num gesto
extraordinário de generosidade, ao mesmo tempo em que experimentou a alegria e a
felicidade de seu retorno a casa.
Vamos esperançosos, contar com um papa que saiba
compreender a humanidade, representada pelo filho mais novo, que deixou seu pai
querido, numa aventura de assumir e administrar sua própria vida e seus bens, na
irresponsabilidade e inconsequência. Igualmente, numa pedagogia marcada pela
misericórdia, que saiba ir ao encontro do filho mais velho, que também
representa a mesma humanidade, para falar-lhe da necessidade de misericórdia e
conversão do coração, diante da dor, da miséria e do sofrimento humano,
exigindo-lhe amor, compaixão, solidariedade e ternura.
Num mundo marcado pelo pluralismo, na diversidade
de pensamentos e opções de vida, alimenta-se sempre mais o sonho de um mundo
fraterno e solidário, onde o Espírito Santo aja em toda sua plenitude, através
do novo Papa Francisco, eleito neste dia 13 março, para a função maior de animar
e confirmar os irmãos na fé, na Igreja Católica. A nossa ardorosa súplica ao bom
Deus, diante da missão incomensurável, que ele seja causa de grande alegria,
além de ser fermento, sal e luz para toda a humanidade, ávida dos seus
ensinamentos.
Jesus Cristo continua a afirmar: “O que vos peço
é que não os tireis do mundo, mas os livreis do mal” (Jo 17, 15). A Igreja vive
inserida num mundo onde há pedofilia, homossexualidade e segunda união. Mesmo
sendo uma organização de voluntários, espera-se de seus membros obrigações e
vínculos, onde não se prescindem clareza e convicção. Na alegria da sua eleição,
jamais podemos esquecer que o novo Pastor Universal tem, através do anúncio do
Evangelho e do diálogo, a tarefa de fermentar o mundo e a própria criação, na
edificação do Reino de Deus e sua justiça.
Com a chegada do novo Vigário de Cristo na terra,
que o planeta possa ser alegremente contemplado, no sentido de que os cristãos
sejam estimulados e fomentados a um grande compromisso de dialogar e cuidar da
criação, nas suas mais diversas realidades. O mundo precisa carinhosamente de
práticas ecológicas e ambientais, para que a fé da humanidade possa se tornar
cada vez mais viva e coerente com aquilo que se acredita.
*Padre da Arquidiocese de Fortaleza, Escritor,
Membro da Academia de Letras dos Municípios do Estado Ceará (ALMECE), da
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza e Vice-Presidente da Providência
Sacerdotal. Pároco de Santo Afonso – geovanesaraiva@gmail.com.
FONTE: ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA
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