Os dias da Semana
Santa nos proporcionam uma oportunidade para refletirmos sobre o que sustenta
nossa vida, dá sentido a nossa existência e abre perspectivas novas, baseadas
numa profunda esperança.
Qual mensagem da Quinta-Feira Santa? Chama nossa atenção
para a humildade, que tem sua
expressão mais evidente no serviço,
quer dizer, no ato de sermos servidores uns dos outros. O lava-pés não poderá
restringir-se a um belo ato litúrgico. Quando Jesus disse “Eu lavei os seus pés, por isso vocês devem lavar os pés uns dos
outros” (João 13, 14.15), Ele não quis instalar uma cerimônia, um simples
rito, e sim desejava suscitar, entre os discípulos e seus seguidores, uma nova
maneira de ser, uma atitude de vida: estar na vida em razão do outro. O Papa
Francisco, em sua exortação “Alegria do Evangelho”, chama isso de misericórdia,
não uma do tipo de ter pena do outro, mas aquela que “escuta o
clamor pela justiça e deseja responder com todas as suas forças” (n.º 188), isto
é, “uma
misericórdia que nasce a partir de uma fé autêntica - nunca cômoda ou individualista
- mas que comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir
valores, deixar a terra (nossa casa comum) um pouco melhor depois da nossa
passagem por ela, porque todos somos irmãos e irmãs.” (n.º 183).
LEIA MAIS:
Qual
mensagem da Sexta-Feira Santa?
Chama
nossa atenção para entrega, doação, ato
sublime do serviço. O serviço,
prestado por Jesus à humanidade, mostra sua fidelidade irrestrita ao amor que
doa a todo ser humano. Interessante é observar as três Marias (a mãe, Maria de
Cléofas e Maria Madalena) que se encontram aos pés da cruz, junto com o
discípulo predileto (João 19, 25-27), representando todos aqueles que são fiéis
a Jesus, até o suplício. E ser fiel a Jesus só pode significar entregar-se ao
outro sem restrições. Esta entrega, esta doação é o serviço que vai sustentar a
sobrevivência da raça humana e de toda a criação. Esta é a Cruz, entendida como
no brasão do nosso pastor Dom Aloísio Lorscheider que dizia: “In Cruce
Salus et Vita”: Na Cruz a
Salvação e a Vida. Não a cruz como ponto
final, fim de linha, mas Cruz em todo seu dinamismo, abrindo oportunidades para
algo profundamente diferente, totalmente novo: VIDA.
Qual mensagem
da Ressurreição? Abre nosso
horizonte para novas perspectivas: vida
verdadeira. Como entendê-la? Jesus se refere a ela como “vida em abundância” (João 10, 10). Somos
conscientes de que somente haverá esta vida em abundância, quando houver serviço
mútuo como entrega ao outro, quando proporcionamos e recebemos salvação: “Deus me dá
uma tal confiança na misericórdia d’Ele, que a esperança tem sempre em mim a
última palavra, mesmo nos momentos em que mais claras se tornam a minha
fraqueza e incorrigível mediocridade. Não consigo duvidar, um instante, da
salvação, mesmo porque, em rigor, o céu já começou ...” (Dom Helder Camara).
O tríduo pascal se
completou:
SERVIÇO
em
forma de DOAÇÃO para gerar VIDA.
Valores
universais, atemporais, ultrapassando todos os limites, barreiras, religiões, infiltrando
em todas as culturas e pensamentos que propõem vida. Tratam, portanto, da
maneira única da humanidade e de toda a criação garantirem seu futuro,
tornando-se respiráveis e sobreviventes.
QUE A PÁSCOA DE TODAS E TODOS ESTEJA
REPLETA
DE ESPERANÇA E VIDA!
Semana
Santa 2014,
Coordenação
MFPC-Ceará,
Geraldo-Claudete,
Rosa
– Carlos
Aroldo
- Margarida
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