Após
vivermos o ANO DA FÉ, instituído pelo Papa Bento XVI no ano 2013 e
depois o ANO DA ESPERANÇA em 2014, na preparação para o JUBILEU DE 100
ANOS DA ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA, estamos vivendo o ANO DA CARIDADE
desde o dia 14 deste mês até o dia 14 de novembro de 2015, quando
celebraremos a Ação de Graças do Ano Centenário.
São elas – as virtudes da FÉ, da
ESPERANÇA e da CARIDADE – chamadas “virtudes teologais”, forças da graça
divina que é dada por Deus aos que, crendo em Cristo são renascidos
pelo banho batismal. Virtudes, pois são forças constitutivas da ação de
Deus nas pessoas, teologais por sua origem e modo de ser divinos:
atuação da própria vida divina concedida às pessoas humanas.
leia mais:
Assim encontramos no Catecismo da Igreja
Católica, resumo condensado das doutrinas da Fé Católica: “1812.As
virtudes humanas se fundam nas virtudes teologais que adaptam as
faculdades do homem para que possa participar da natureza divina. Pois
as virtudes teologais se referem diretamente a Deus. Dispõem os cristãos
a viver em relação com a Santíssima Trindade e têm a Deus Uno e Trino
por origem, motivo e objeto. 1813.As virtudes teologais fundamentam,
animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam
todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para
torná-los capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São
o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser
humano. Há três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.”
Para aprofundarmos nosso conhecimento e
vivência da vida em Cristo, a vida cristã, o Santo Padre Emérito, Bento
XVI, deu à Igreja três grandes Cartas sobre cada uma das virtudes
teologais: “Deus Caritas est – Deus é Caridade” – sobre a virtude da
Caridade; “Spe Salvi – Salvos pela Esperança” – sobre a virtude da
Esperança; e a terceira grande Carta ele a fez juntamente com o Papa
Francisco, dando à Igreja um documento fruto de seus estudos e da
comunhão dos pastores: “Lumen Fidei – A luz da Fé” – sobre a virtude da
Fé.
Com estes ensinamentos fundamentais o
Pastor maior da Igreja Católica, em seu ministério de confirmar os
irmãos na fé cristã, apascentando o rebanho de Cristo em todo o mundo,
quis propor a todos uma renovação fundamental da vida no encontro com
Cristo e seu seguimento, bem como na missão que do Senhor todos os
discípulos recebem.
“Pela fé, o homem livremente se entrega
todo a Deus. Por isso o fiel procura conhecer e fazer a vontade de Deus.
“O justo viverá da fé” (Rm 1,17). A fé viva “age pela caridade” (Gl
5,6).(CIC 1814).
“A virtude da esperança responde à
aspiração de felicidade colocada por Deus no coração de todo homem;
assume as esperanças que inspiram as atividades dos homens; purifica-as,
para ordená-las ao Reino dos Céus; protege contra o desânimo; dá alento
em todo esmorecimento; dilata o coração na expectativa da
bem-aventurança eterna. O impulso da esperança preserva do egoísmo e
conduz à felicidade da caridade.(CIC 1818).
“O exercício de todas as virtudes é
animado e inspirado pela caridade, que é o “vinculo da perfeição” (Cl
3,14); é a forma das virtudes, articulando-as e ordenando-as entre si. A
caridade assegura e purifica nossa capacidade humana de amar,
elevando-a à perfeição sobrenatural do amor divino.”(CIC 1827).
O ANO DA CARIDADE nos leva a tomar consciência mais profunda de que somos “LEVADOS PELA CARIDADE DE CRISTO.” (2Cor 5,14)
A Igreja em sua comunhão na Caridade é
manifestação do amor divino trinitário. “Se vês a caridade, vês a
Trindade” — escrevia Santo Agostinho… (Assim se manifesta) o desígnio do
Pai que, movido pelo amor (cf. Jo 3, 16), enviou o Filho unigênito ao
mundo para redimir o homem. A Igreja em seu mais verdadeiro ser é a
própria humanidade em Caridade – a Caridade em ação.
Um ANO DA CARIDADE nas comemorações do
Jubileu Centenário da Arquidiocese de Fortaleza quer reavivar a
realidade dos laços que unem todas as dimensões da Igreja: comunhão e
missão – nas expressões concretas do “Amor de Deus que foi derramado em
nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5). Assim a
comunidade eclesial se manifesta como verdadeira Família de Deus em
Cristo, como rezou o próprio Jesus: “Pai, eu neles, e tu em mim, para
que eles sejam perfeitos na unidade, a fim de que o mundo conheça que tu
me enviaste, e que os amaste como amaste a mim.” (Jo 17, 23)
Damos graças pelos dons do Espírito no
testemunho dos fiéis e das comunidades em sua vida e missão: santidade
que é caridade em muitas formas de obras de misericórdia.
É também necessária a penitência pelas
não correspondências ao Amor de Deus: faltas, incoerências,
contratestemunhos, pecados na caminhada centenária e pelos quais pedimos
o perdão e a misericórdia renovadora do Senhor. Sem o Amor nada somos.
São novos os tempos em que vivemos, são
grandes desafios que nos atingem, mas se tornam para os
discípulos-missionários de Cristo, oportunidades de testemunhar e
anunciar como maior dom a “alegria do Evangelho” dado a todos, com maior
coerência, zelo e ardor. “Firmes na Fé, alegres na Esperança e
solícitos na Caridade” para “Boa Nova em novos tempos”.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
fonte: ARQUIDIOCESE DE FORTALEZA
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