quinta-feira, 31 de julho de 2014

Teóloga da Libertação Ivone Gebara é condecorada com título de Doutora Honoris Causa

Teóloga da Libertação Ivone Gebara é condecorada com título de Doutora Honoris Causa
Adital
Em virtude de seu trabalho e contribuição - de mais de 30 anos - no cenário teológico brasileiro e latino-americano, a teóloga e filósofa Ivone Gebara será condecorada com o título de Doutora Honoris Causa. A iniciativa partiu do Núcleo de Pesquisa de Gênero das Faculdades EST – Escola Superior de Teologia de São Leopoldo (NPG-EST). A outorga será realizada durante o II Congresso Internacional – Religião, Mídia e Cultura, que acontece de 08 a 12 de setembro, na cidade de São Leopoldo, Estado do Rio Grande do Sul.
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Além de reafirmar o compromisso das Faculdades EST com a produção teológica feminista e de gênero, a outorga do título é, sobretudo, um reconhecimento da trajetória pessoal e intelectual da teóloga, que, prestes a completar 70 anos, segue dedicando seu tempo e esforço à Teologia da Libertação e à Teologia Feminista.
Ivone Gebara é brasileira, nascida em São Paulo, mas tem ascendência sírio-libanesa. É religiosa, membro da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora - Cônegas de Santo Agostinho, e, há muitos anos, vem se dedicando à teologia feminista. É doutora em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e em Ciências Religiosas pela Universidade Católica de Lovaina (Bélgica).
Ao lado de Dom Helder Câmara, lecionou por 17 anos no Instituto Teológico do Recife (Iter), no Estado de Pernambuco, até seu fechamento, em 1989, por ordem do Vaticano, então sob o comando de João Paulo II, considerado um crítico da Teologia da Libertação.
Poucos meses após o fechamento compulsório do Iter, em 1990, Gebara foi processada e condenada pelo Vaticano por manifestar críticas à doutrina da Igreja Católica. Sua pena eclesiástica foi o "silêncio obsequioso” por dois anos. Durante esse período, ficou fora do Brasil e produziu um livro em que aborda a questão do mal: "Rompendo o silêncio: uma fenomenologia feminista do mal”.
Seus problemas com o Vaticano foram acentuados quando, em outubro de 1993, durante entrevista para uma revista de grande circulação no Brasil, deu declarações sobre o aborto, afirmando que, para as mulheres pobres, a prática não era necessariamente um pecado, visto que mais nascimentos significavam muitas dificuldades para as mães e para as crianças. A teóloga falou a partir de suas experiências com mulheres pobres de comunidades do Recife.
"Teologia Ecofeminista”; "Rompendo o silêncio: uma fenomenologia feminista do mal”; "Teologia Ecofeminista: ensaio para repensar o conhecimento e a religião”; "As águas do meu poço”; "O que é Teologia Feminista”; "O que é Teologia”; "O que é cristianismo”; e "A Mobilidade da senzala feminina. Mulheres Nordestinas, Vida Melhor e Feminismo” são alguns de seus mais de 30 títulos publicados.
Hoje, Ivone Gebara dedica seu tempo ao trabalho pastoral, dá palestras, participa de eventos em vários países e ministras cursos, ajudando a formar novos e novas ativistas, teólogos/as, filósofos/as e pensadores.

FONTE: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81733

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