Padre
Geovane Saraiva*
Dom Helder, como profeta, sempre pregou e
anunciou uma Igreja simples, longe de uma estrutura pesada, conforme o espírito
do Evangelho: “As raposas têm tocas, as aves do céu, ninhos; mas o Filho do
Homem não tem onde inclinar sua cabeça” (Mt 8, 22), voltada para os
empobrecidos, sem jamais se esquecer de seu ardente desejo, o de construir a
paz, associado ao grande sonho do Criador e Pai, pela força da ternura e da não
violência. Aos 27 de agosto de 1999, após completar noventa anos, vividos e bem
vividos, Dom Helder Câmara partiu para a casa do Pai. Obstinado, na sua luta,
fortificado pela graça de Deus, nos projetos e sonhos de um mundo solidário, por
onde passou, mesmo tendo que ir para o ostracismo, ficando no isolamento e sendo
excluído dos meios de comunicação social, durante o regime militar, que o via
como um risco e um perigo à democracia, permanecendo sempre determinado e
corajoso, sem jamais desanimar. Daí nossa ação graças ao bom Deus pelas marcas
indeléveis, deixadas pelo artífice e protagonista da paz.
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