Ao proclamar o Ano da Fé, o papa Bento XVI
publicou a carta apostólica Porta Fidei, em 11 de outubro de 2011. No texto, ele
recorda que o centro da atenção eclesial deve estar no encontro com Jesus Cristo
e na beleza da fé nele. “Só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há
outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se
progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior, porque
tem sua origem em Deus”.
Retomando a celebração do cinquentenário da
abertura do Concílio Vaticano II, e os vinte anos da publicação do Catecismo da
Igreja Católica, o papa vê essa oportunidade como ocasião para que a Igreja se
renove, especialmente através do testemunho de vida de quem crê. “De fato, os
cristãos são chamados a brilhar, com sua própria vida no mundo, a Palavra de
verdade que o Senhor Jesus nos deixou (…). Nessa perspectiva, o Ano da Fé é
convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do
mundo”.
O desejo do Santo Padre é de que o Ano da Fé
suscite, em cada cristão, o desejo de confessar a fé plenamente e com renovada
convicção, com confiança e esperança. “Esperamos que o testemunho de vida dos
crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé
professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se
crê é um compromisso que cada crente deve assumir”.
Ao delinear o percurso que o cristão deve fazer
para compreender o conteúdo da fé, o papa elenca aspectos importantes da unidade
entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos assentimento. “O professar
com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos”.
Desta forma, a profissão de fé se torna um ato simultaneamente pessoal e
comunitário. “De fato, o primeiro sujeito da fé é a Igreja”.
Bento XVI também assinala na carta que o
Catecismo da Igreja Católica é um verdadeiro instrumento de apoio da fé,
sobretudo para quem tem a incumbência da formação dos cristãos. “De fato, em
nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de
interrogações, que provêm de uma mentalidade divergente que hoje, de forma
particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas
e tecnológicas. A Igreja, porém, nunca teve medo de mostrar que não é possível
haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por
caminhos diferentes, tendem para a verdade”.
Por fim, o papa recorda que o Ano da Fé é uma
ocasião de intensificar o testemunho da caridade. “A fé sem caridade não dá
fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da
dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à
outra realizar seu caminho. De fato, não poucos cristãos dedicam amorosamente
sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o
primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente
nele que se espelha o próprio rosto de Cristo”.
Confira a íntegra do documento, clicando
aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário