domingo, 24 de fevereiro de 2013

SÃO MARCELINO CHAMPAGNAT - CENTRO DO MOVIMENTO CHAMPAGNAT





 
 "Marcelino Champagnat é a fonte e a raiz que dão vida aos maristas e aos seus movimentos. Os tempos e as circunstâncias mudam, mas a sua visão e a sua dinâmica espiritual vivem nos nossos corações. Deus o escolheu para levar a esperança e a mensagem de amor de Jesus para as crianças e os jovens da França do seu tempo. É também Deus quem nos inspira a fazer o mesmo, onde vivemos hoje. Um homem fiel a Deus em uma época de crise.
O Irmão Francisco e os primeiros Irmãos assumiram a obra de Marcelino Champagnat, com entusiasmo. Com o mesmo espírito de fé e zelo apostólico, os sucessores estenderam a obra aos cinco continentes. Como membros de Fraternidades Maristas de hoje, partilhamos e continuamos o sonho de Marcelino: transformar a vida e a situação das crianças e dos jovens, especialmente dos menos favorecidos, oferecendo a sociedade uma nova forma de ver e agir baseados na fé e no amor ao próximo". Texto retirado de um site Marista.

Campanha da Fraternidade celebra e acolhe a juventude

Na quarta-feira de cinzas, 13/2, foi lançada oficialmente em todo o Brasil a Campanha da Fraternidade que, na sua 50ª edição, volta a ter como tema central as juventudes, assim como o fez em 1992.
Com o tema Fraternidade e Juventude e o lema Eis-me aqui, envia-me! (Is 6,8), a Igreja chama a atenção para a diversidade e os desafios enfrentados pelos jovens de hoje, lembrando seu protagonismo em movimentos de mudança e transformação do mundo.
De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a escolha do tema tem também como objetivo, junto à Jornada Mundial da Juventude, reforçar e fortalecer o desejo de evangelização dos jovens.
Entre as metas da campanha para este ano, está a acolhida aos jovens e o olhar para a realidade juvenil, sua riqueza e pluralidade, segundo o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Eduardo Pinheiro.
“Dentro do sentido da palavra 'acolher' está o valorizar, o respeitar o jovem que vive nesta situação de mudança de época e isso não pode ser esquecido”, ressaltou o presidente da Comissão da CNBB.
EM FORTALEZA
Arquidiocese de Fortaleza realizou no dia 13 de fevereiro, às 14 horas, no Centro de Pastoral “Maria, Mãe da Igreja”, o Lançamento e Coletiva da Campanha da Fraternidade 2013 que este ano tem como tema “Fraternidade e Juventude” e lema“Eis-me aqui, envia-me!” (uma citação do Profeta Isaías, 6,8). A CF 2013 tem como objetivo acolher os jovens no contexto de mudança de época, propiciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo, na vivência eclesial e na construção de uma sociedade fraterna fundamentada na cultura da vida, da justiça e da paz.

Confira as FOTOS do evento, Silvio Martins – Pascom da Região Episcopal Bom Jesus dos Aflitos.
 
Com informações do site EaiTche e CNBB.

Com a renúncia do papa, abre-se espaço para renovar a Igreja?

Após a renúncia de Bento XVI, abre-se espaço para uma renovação na Igreja Católica e discussão de temas polêmicos, como pedofilia na igreja e homossexualidade?
 
GEOVANE SARAIVAPároco de Santo Afonso e escritor
Visto pelos olhos da fé, o gesto de Bento XVI, que surpreendeu o mundo, revela-nos o sopro do Espírito Santo e deve ser humildemente acolhido. Renúncia durante seis séculos era tida como um sinal de fraqueza, agora deve ser notado como uma atitude de grandeza. Num mundo marcado pelo pluralismo na diversidade de pensamentos e opções de vida, alimenta-se o sonho de esperança, onde o Espírito Santo aja em toda sua plenitude através do próximo papa que logo assumirá a função maior na Igreja Católica, sendo fermento, sal e luz para toda a humanidade. Jesus Cristo continua a afirmar: “O que vos peço é que não os tireis do mundo, mas que os guardes do mal” (Jo 17, 15). A Igreja vive inserida num mundo onde há pedofilia, homossexualidade e segunda união. Mesmo sendo uma organização de voluntários, espera-se de seus membros obrigações e vínculos, onde não se prescindem clareza e convicção. Não podemos esquecer que o futuro papa tem a tarefa de fermentar a criação, na promoção do Reino de Deus e sua justiça.
VALDEMAR MENEZESJornalista
A prioridade, a meu ver, seria: a) retorno a uma forma de exercício do papado como serviço, semelhante à do Primeiro Milênio, quando a Igreja era indivisa e quando o papa não era um monarca; b) tornar deliberativo o Sínodo dos bispos da Igreja Romana (hoje é apenas consultivo), que também seria encarregado de eleger o papa (extinguindo-se o colégio cardinalício); c) Primado do papa para transmitir decisões da Igreja universal tomadas em consenso (colégio) com os outros chefes de igrejas autônomas (patriarcados e arcebispados autocéfalos); d) abertura para aceitação de outras religiões como vias possíveis de acesso à “experiência” de Deus; e) diálogo inter-religioso, a partir da perspectiva mística da deificação (unio mystica), objetivo central de todas as religiões autênticas; f) diálogo com o mundo moderno sem rendição aos valores deste como condição para ser aceito; g) incentivo à justiça social, à paz e à democracia no mundo.
LUIS SARTORELPadre e coordenador do Centro de estudos Bíblicos do Ceará
Com certeza, a decisão do papa Bento XVI merece o nosso respeito, é corajosa, diria profética. Ninguém esperava que este papa conseguisse surpreender toda a Igreja, e o mundo, de maneira tão positiva. Na quarta-feira de Cinzas, na missa celebrada, Bento XVI apontou o dedo lembrando o que fez Jesus: “Jesus denunciou a hipocrisia religiosa, o comportamento que quer aparecer”, e ainda “o rosto da igreja é, às vezes, deturpado pela divisão no corpo eclesial”, palavras que escutei enquanto fazia o comentário a esta celebração. Ao encerrar a missa, ele dizia: “nos nossos dias, muitos estão prontos para rasgar as vestes diante de escândalos e injustiças, mas poucos parecem disponíveis para agir sobre seu próprio coração, sua própria consciência e suas próprias intenções”. Acho que este momento deve ser visto como privilegiado para repensar as estruturas que são pré-modernas de uma Igreja que deve se abrir ao diálogo com o mundo de hoje, levando em conta a transparência da qual fala Bento XVI.
FRANCISCO BORBA RIBEIRO NETO
Coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP
Bento XVI quer uma Igreja centrada no encontro com Cristo e afastada do moralismo, e por isso foi relativamente renovador no campo sexual. Realizou uma reforma radical ao entregar os padres pedófilos à Justiça e reconhecer publicamente os erros cometidos por eles. Defendeu que os casais em segunda união recebessem da Igreja amor e cuidados pastorais especiais para que pudessem se integrar à vida da comunidade, apesar da interdição à comunhão. A Igreja não aceita o “casamento gay”, mas Bento XVI se posicionou contra a discriminação aos homossexuais. Manteve a condenação ao aborto, mas defendeu a acolhida e o amor à mulher grávida, para que ela recuperasse a beleza da vida e a esperança, e superasse a tentação de abortar. O próximo papa não avançará nestes campos mais que isso. O que podemos esperar é uma relação com a mídia que permita que as aberturas já existentes sejam mais conhecidas.
SANDRA HELENA DE SOUZAProfessora de Filosofia e Ética da Unifor
A renúncia de Bento XVI é estratégia de alto risco, diante de uma instituição que perde prestígio e hegemonia de modo progressivo e talvez irreversível. Não sei se ainda há seres humanos lúcidos que acreditam genuinamente que a decisão do “conclave” de cardeais manifestará o próprio “espírito santo”, por deus. A igreja do Vaticano se encontra mais uma vez numa grande sinuca de bico, pressionada pelo islamismo em solo europeu, pelo neopentecostalismo de resultados em África e América Latina, pelos seus próprios pecados sexuais e financeiros, intramuros, e pelo enquadramento da Teologia da Libertação, apostando no caminho conservador de extração mais “mística” para fazer frente à crise da modernidade secular. Bento XVI tem forte participação nesse caminho que se revelou equivocado e agora o desafio é para um titã, uma espécie de CEO do reino de deus na terra. Certamente algumas concessões serão feitas, mas apenas anéis em troca de dedos.
ANTONIO FURTADO
Padre da Comunidade Católica ShalomA Igreja é uma instituição assistida pelo Espírito Santo e, como tal, sempre contou com seu auxílio. A grande renovação dos últimos tempos começou com João XXIII no Concílio Vaticano II e teve prosseguimento com seus sucessores, inclusive com o pontificado de Bento XVI. No combate aos crimes de abuso sexual dos jovens, Bento XVI não apenas pediu perdão às vítimas como recrudesceu a norma punitiva e tornou mais exigente o processo de ingresso de candidatos ao sacerdócio a fim de evitar novos delitos por parte de membros da Igreja. Quanto a outros temas, como matrimônio de pessoas do mesmo sexo, aborto, eutanásia etc., a Igreja continuará com sua mesma postura, porque ela não é dona da Verdade, mas sua depositária. Como fiel guardiã destes valores, não pode se furtar, embora abalada pelos fortes ventos do relativismo, e abrir mão de sua missão. A Igreja, perita em humanidade, atrairá cada vez mais o homem de hoje, que busca incansavelmente a Verdade mesmo que não o saiba.
 
FONTE: JORNAL O POVO

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


O PAPA, A IGREJA E NÓS


I   A RENÚNCIA DO BENTO XVI

                O Papa Bento XVI renunciou, dizendo: “Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro.”

             O historiador e diretor do jornal do Vaticano L’OSSERVATORE ROMANA, Giovanni Maria Van, afirmou: “Bento XVI não deixou o cargo porque perdeu a confiança na Igreja, mas porque conheceu o poder longamente e não tem mais condições de governar como quer a Igreja, o que exige força. É um gesto de confiança no homem e em Deus”. O jornal alemão DIE ZEIT escreveu: “Um papa aposentado? Ele renunciou, não por ter recebido alguma oferta bem atrativa de trabalho, mas porque sabe não estar mais em condições de continuar em razão da idade, fraqueza do corpo e cansaço, motivos que no mundo dos carreiristas não existem.”

            “... cansaço, idade avançada, fraqueza de corpo, falta de vigor de espírito, incapacidade de administrar bem ...”.

Mas, falta a resposta à pergunta: Porque? Porque este cansaço, esta incapacidade de administrar bem, etc.? Quais razões levaram o Papa Bento XVI a renunciar? O que é que está pesando demais nos já frágeis ombros do Pontífice?

 

É “o mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé?”

São as questões de ordem moral: camisinha, aborto, eutanásia, casamento entre pessoas do mesmo sexo ...?

São os escândalos, envolvendo os padres pedófilos?

São as práticas obscuras no IOR (Instituto para Obras Religiosas), mais conhecido como o Banco do Vaticano?

São as disputas internas no Vaticano, “as rivalidades”, algum poder paralelo no seio da direção e administração da Igreja?

É o carreirismo eclesiástico presente de forma tão escancarada, hoje em dia, no meio dos clérigos, ou “a cara da Igreja desfigurada em razão das divisões no corpo eclesiástico”?

É a “hipocrisia religiosa”, ou são “as atitudes que buscam aplausos”, presentes no mundo da fé, da religiosidade humana, da Igreja?

 

            O Papa é um ser humano, portanto é normal estar cansado aos 85 anos de idade e, mais ainda, por exercer a sua função espinhosa. Mas a pergunta continua: porque ficou tão cansado, a ponto de sentir-se obrigado a renunciar?

 

II  UM NOVO PAPA ... UMA NOVA IGREJA?

 

    É impressionante como a mídia “se preocupa” com notícias, puramente especulativas, a respeito do conclave que há de acontecer no próximo mês de março. São apontados os favoritos ao anel do pescador ..., há casas onde são feitas apostas ..., cardeais dão entrevistas, ‘jurando de pés juntos’ que nem pensam em ser candidato ..., podemos assistir a simulações computadorizadas para ver como funciona um conclave ... . De fato, só falta termos acesso ao cardápio, quando os 117 cardeais eleitores, todos candidatos ao trono de Pedro, ficarão reclusos na belíssima Capela Sistina até que saia aquela fumacinha branca que anuncia: “habemus papam!” (que alívio, porque aí tudo estará resolvido!). Do ponto de vista midiático, dá para entender este interesse. Mas creio que seja preciso nos interessar por assuntos mais importantes que dizem respeito a outros aspectos da vida da Igreja.

Primeiramente gostaria de observar que não vai fazer aquela diferença toda quem vai ser o novo Papa, enquanto as pesadas estruturas hierárquicas na Igreja perpetuam. O problema não está tanto na pessoa do Papa. Ele até pode ter as melhores intenções. Mas, enquanto todo o aparato em torno dele continua do mesmo jeito como está, enquanto ele continua a ser “chefe de Estado”, cercado por “pompas e circunstâncias”, tratado com títulos honoríficos, etc. etc., a missão de ele ser o “primus inter pares”, quer dizer, o primeiro a servir, não terá a mínima chance, nada mudará e, consequentemente, a humildade evangélica passará longe da Praça de São Pedro, condição sine qua non para o Evangelho de Cristo tornar-se lei vigente.

Por isso, tomo a liberdade de colocar algumas perguntas.

Porque esta temporada da “sede vacante” não é aproveitada para refletir sobre a Igreja, com questionamentos como, por exemplo: “Da Igreja que temos para uma Igreja à luz do Espírito do Concílio Vaticano II na América Latina”; ou: “O que eu significo para a Igreja e o que ela significa para mim?”, ou ainda: “A Igreja é, de fato, sinal visível do Reino de Deus?”

Porque falta a coragem de se revestir do mesmo espírito do Papa João XXIII, que desejava ver uma igreja em contínuo “aggiornamento”, a fim de que ela não perdesse, constantemente, o bonde da história da humanidade? Porque não é retomado o espírito do Concílio Vaticano II, que propôs caminhos pavimentados pelo diálogo com as outras religiões, cristãs ou não, e procurou construir uma Igreja baseada, entre outros fatores, na colegialidade entre os bispos? De onde vem este medo de assumir aquele “ponto luminoso”, de “querer uma Igreja que se apresenta e quer realmente ser a Igreja de todos, em particular, a Igreja dos pobres”[1], vontade expressa pelo Papa João XXIII em sua mensagem de 11 de setembro de 1962, um mês antes da abertura do Concílio Vaticano II, aquela “igreja dos pobres”, confirmada pelo “Pacto das Catacumbas”, firmado entre 40 Padres Conciliares, poucos dias antes do término do Concílio, em 16 de novembro de 1965 nas catacumbas de Santa Domitila, em Roma?

Aonde encontrar as causas de não conseguir largar este modelo piramidal de Igreja, que está, por certo, em discordância com a comunidade sonhada por Jesus, quando Ele deu a dica de como deveriam ser as relações entre nós, a nossa convivência, dizendo que “entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo.” (Mateus 20, 26.27), ou ainda, quando afirma diante de Pilatus que “meu reino não é deste mundo” (João 18, 36), indicando que o Reino de Jesus é o reino da verdade, o reino daqueles que estão do lado da verdade, verdade esta que nunca admite submissão ou obediência cega, mas sim que as pessoas sejam “bem conscientes” do que fazem e da fé que confessam. Falando sobre estes aspectos da vida da Igreja, Dom Aloísio Lorscheider dizia: “Pessoas livres, pessoas francas – isso deveria existir também na Igreja: no meio da comunidade eclesial deveria haver mais possibilidade de ser franco e de opinar, de não ter medo. As pessoas têm que saber assumir a sua história.”[2]

São estas apenas algumas questões que passam por minha cabeça nestes dias.

 

É muito importante que não se perca de vista o que a reflexão e algumas práticas da Igreja dos últimos cinqüenta anos deixaram como legado:

1.      O ensinamento do Concílio Vaticano II a respeito da essência da Igreja que é “Povo de Deus”;

2.      A dinâmica da Igreja enquanto Comunidade Eclesial de Base, “a única maneira da Igreja ser”, como dizia Dom Aloísio Lorscheider;

3.      A redescoberta da Igreja na sua dimensão missionária (Aparecida);

4.      O papel profético que a Igreja deve exercer no mundo, testemunhado por Dom Helder Camara, que dizia: “Não deixem cair a profecia!”

5.      A Igreja pobre no meio dos pobres, como elemento e força de transformação (Medellín);

6.      A Igreja “Comunhão e Participação” (Puebla);

7.      A Igreja que não tem medo do testemunho em favor da vida, através do martírio (Dom Oscar Romero, entre tantos outros).

O Papa Bento XVI defende "uma renovação verdadeira" da Igreja (Vaticano, 14-02-2013). Com todo respeito, mas ele mesmo, enquanto estava com a mão na massa, poderia ter investido mais nesta renovação, cujos ingredientes, apresentados acima nos sete pontos, já foram experimentados pela própria Igreja! É só fazer?!

Fortaleza, 14-02-2013,

Geraldo Frencken



[1] JUNIOR, Francisco de Aquino. IGREJA DOS POBRES. Do Vaticano II a Medellin e aos dias atuais. Fortaleza: Edições ADITAL, 2012, p. 5
[2] LORSCHEIDER, Dom Aloísio. “Mantenham as lâmpadas acesas. Revisitando o Caminho, Recriando a Caminhada. Um diálogo de Aloísio Cardeal Lorscheider com O GRUPO. Fortaleza, Editora da UFC, 2008. Org. Tursi, Carlo e Frencken, Geraldo, p. 135

“Como é precioso para mim que uma criança tenha confiança de me abraçar!” (Oscar Romero)

Subcomissão Irmãos para América

19/02/2013: El Salvador
Os integrantes da subcomissão Irmãos para a América [Gérard Bachand - Canadá, Carlos Vélez – América Central, Oscar Montenegro – Santa Maria de los Andes, Raúl Schönfeld – Cruz del Sur, Antonio Quintiliano – Brasil Centro-Sul, James Pinheiro – Brasil Centro-Norte, Carlos Saúl Corzo – Norandina e César Rojas – Secretariado Irmãos Hoje] encontramo-nos na pátria de Monsenhor Romero entre os dias 28 e 31 de janeiro de 2013 para dar continuidade à construção do Plano Estratégico da subcomissão.
Sentimo-nos chamados e comprometidos a estimular e acompanhar os processos de pastoral vocacional, formação inicial e vida comunitária que levem a uma maior compreensão e vivência da identidade do irmão hoje, promovendo um trabalho em comunhão com a rede de Espiritualidade e de leigos.
Somos gratos aos Irmãos da Província da América Central, e em especial aos Irmãos da Escola San Alfonso, pelo espírito de fraternidade e acolhida, possibilitando que nosso trabalho fosse produtivo. Pudemos ali vivenciar a frase: “Onde houver um Irmão, ali terei minha casa”.
Que Jesus, Maria e Champagnat nos concedam a luz e a força para podermos levar adiante os sonhos e as tarefas a serem realizados.
______________
Subcomissão Irmãos para América

Com a renúncia, o Papa “falou mais forte do que muitos de seus escritos”

Reações à demissão do Papa Bento XVI


Sabemos que no dia 11 de fevereiro, segunda-feira, diante do Consistório que analisava três causas de Canonização, o Papa Bento XVI apresentou sua renúncia, destacando que por causa da “idade avançada” já não tem “forças para exercer adequadamente o ministério de Pedro”. Muitas foram as reações vindas de todas as partes do mundo. Muitos assinalaram o amor à Igreja e seu desapego do poder, sua humildade e coragem, sua liberdade para por um ponto final em seu papado (leia a declaração do Papa no site do vaticano).
Nosso Superior Geral, Ir. Emili, também expressou sua opinião através das páginas da Revista esponhola Vida Nueva:
Para Emili Turú, Superior Geral dos Maristas, o gesto de Bento XVI “é edificante", demonstrando que não “se apegou à poderosa imagem de Papa” e evidenciando que todo ser humano tem “sua grandeza e seus limites". Com sua renúncia, o Pontífice “falou mais forte do que muitos de seus escritos”, o que deve provocar a reflexão de toda a Igreja. “Seu gesto suscitou admiração entre os fiéis, porém igualmente outras pessoas se sentiram interpeladas”, assegura o Ir. Emili.

facebook: LAICATO MARISTA

CALENDÁRIO MARISTA 2013


Calendário Religioso Marista está disponível no site da UMBRASIL através do link: http://www.umbrasil.org.br/wp-content/uploads/2012/02/CALENDÁRIO_RELIGIOSO_2013_WEB.pdf

FACEBOOK DO MOVIMENTO CHAMPAGNAT

http://www.facebook.com/#!/movimento.champagnat?fref=ts

“Crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação” (Papa Bento XVI)

Ao proclamar o Ano da Fé, o papa Bento XVI publicou a carta apostólica Porta Fidei, em 11 de outubro de 2011. No texto, ele recorda que o centro da atenção eclesial deve estar no encontro com Jesus Cristo e na beleza da fé nele. “Só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior, porque tem sua origem em Deus”.

Retomando a celebração do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e os vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, o papa vê essa oportunidade como ocasião para que a Igreja se renove, especialmente através do testemunho de vida de quem crê. “De fato, os cristãos são chamados a brilhar, com sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou (…). Nessa perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo”.

O desejo do Santo Padre é de que o Ano da Fé suscite, em cada cristão, o desejo de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. “Esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê é um compromisso que cada crente deve assumir”.

Ao delinear o percurso que o cristão deve fazer para compreender o conteúdo da fé, o papa elenca aspectos importantes da unidade entre o ato com que se crê e os conteúdos a que damos assentimento. “O professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos”. Desta forma, a profissão de fé se torna um ato simultaneamente pessoal e comunitário. “De fato, o primeiro sujeito da fé é a Igreja”.

Bento XVI também assinala na carta que o Catecismo da Igreja Católica é um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quem tem a incumbência da formação dos cristãos. “De fato, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogações, que provêm de uma mentalidade divergente que hoje, de forma particular, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. A Igreja, porém, nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas, embora por caminhos diferentes, tendem para a verdade”.

Por fim, o papa recorda que o Ano da Fé é uma ocasião de intensificar o testemunho da caridade. “A fé sem caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra realizar seu caminho. De fato, não poucos cristãos dedicam amorosamente sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo”.

Confira a íntegra do documento, clicando aqui.

“A finalidade da Igreja é a salvação das almas, uma a uma” (Papa Bento XVI)

Assunto:
papa_angelus_2013Em maio de 2007, o Papa Bento XVI veio ao Brasil para a abertura da 5ª Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho realizada em Aparecida (SP). A chegada ao Brasil aconteceu no dia 09 de maio de 2007, pelo Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

Logo após o desembarque o papa falou em discurso sobre o seu carinho pelo Brasil. “O Brasil ocupa um lugar muito especial no coração do Papa, não somente porque nasceu cristão e possui hoje o mais alto número de católicos, mas sobretudo porque é uma nação rica de potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja”.

Ainda na chegada, o Papa ressaltou os valores cristãos do povo brasileiro e de todos os latino-americanos, destacando o que esperava ver durante os dias de permanência no Brasil. “Estou muito feliz por poder passar alguns dias com os brasileiros. Sei que a alma deste povo, bem como de toda a América Latina, conserva valores radicalmente cristãos que jamais serão cancelados. E estou certo que em Aparecida, durante a Conferência Geral do Episcopado, será reforçada tal identidade, ao promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana; fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados”.

O Papa permaneceu no Brasil de 9 a 13 de maio, durante este período ele participou de diversos compromissos em São Paulo. No Estádio Pacaembu, o Papa se encontrou com milhares de jovens e em seu discurso aproveitou para orientá-los. “ Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O ‘amanhã’ depende muito de como estais vivendo o ‘hoje’ da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade”.

Ainda com os jovens, o Papa destacou o modo como espera que eles ajam para que a sociedade seja composta por homens e mulheres livres e responsáveis. “O Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais”.

No dia 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI presidiu a cerimônia de Canonização Beato Frei Galvão, no Campo de Marte em São Paulo (SP). Em sua homilia o Santo Padre ressaltou a vida religiosa do beato. “O carisma franciscano, evangelicamente vivido, produziu frutos significativos através do seu testemunho de fervoroso adorador da Eucaristia, de prudente e sábio orientador das almas que procuravam e de grande devoto da Imaculada Conceição de Maria, de quem ele se considerava ‘filho e perpétuo escravo’”.

E ainda destacou que Frei Galvão é um exemplo a ser seguido devido a disponibilidade para servir o povo sempre quando era solicitado. “Conselheiro de fama, pacificador das almas e das famílias, dispensador da caridade especialmente dos pobres e dos enfermos. Muito procurado para as confissões, pois era zeloso, sábio e prudente. Uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido, por isso a conversão dos pecadores era a grande paixão do nosso Santo”, disse o Santo Padre.

No encontro com os bispos do Brasil, realizado no dia 12 de maio, na catedral da Sé em São Paulo (SP), o Papa falou sobre a missão confiada aos pastores. “Nós, Bispos, estamos vinculados diretamente a Cristo, Bom Pastor. A missão que nos é confiada, como Mestres da fé, consiste em recordar, como o mesmo Apóstolo das Gentes escrevia, que o nosso Salvador ‘quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade’ (1Tm 2, 4-6). A finalidade da Igreja é a salvação das almas, uma a uma”.

A abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada na sala de Conferência do Santuário de Aparecida (SP), o Papa falou em seu discurso, dentre outros assuntos, sobre a fé Cristã na América Latina, sobre os compromissos com a religiosidade, sobre os problemas sociais e políticos, sobre família, vida consagrada, jovens e pastoral vocacional e concluiu invocando a proteção da Mãe de Deus e Mãe da Igreja sobre todos os presentes e sobre toda a América Latina e do Caribe.

Os textos reunidos dos discursos, saudações e homilias realizadas pelo Papa Bento XVI, em sua visita de 2007 ao Brasil, podem ser adquiridos através da publicação “Pronunciamentos do Papa Bento XVI Np Brasil”, das Edições CNBB. Mais informações: www.edicoescnbb.com.br

CNBB.

TRAFICO HUMANO


padre-Brendan200Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald*

Um relatório divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) coloca o Brasil como rota oficial do tráfico humano. O documento divulgado em dezembro passado rastreou a situação em 136 países, nos cinco continentes, e detectou a ocorrência de tráfico em 118 deles. Muitas pessoas não têm noções claras sobre em que consiste tráfico de pessoas. Foi definido assim: “O tráfico de pessoas ocorre quando seres humanos são negociados, transportados, recrutados ou aliciados para fins de exploração”. É fato conhecido que o trafico humano acontece no Brasil. As vítimas incluem homens, mulheres e crianças, normalmente aliciados para diversas fins. Entre estes fins os mais comuns são a exploração sexual e o trabalho escravo. O coordenador da Unidade de Governança e Justiça do UNODC Rodrigo Vitória afirma: “Em especial mulheres e crianças brasileiras do sexo feminino sofrem exploração sexual em países da Europa”. Frequentemente as vítimas são enganadas e iludidas pelos traficantes com falsas promessas de bons empregos e excelentes salários. O aliciamento acontece frequentemente em boates, casas noturnas, casas de massagem, motéis e prostíbulos etc. Os criminosos nesta área também usam classificados em jornais, revistas e até na Internet para enganar as vítimas.

Muitas pessoas que são vítimas do tráfico humano são pessoas de pouca escolaridade e de baixo nível de classe social, e os traficantes valem-se dos medos inerentes nas vítimas de suas condições de imigrantes. Normalmente eles têm medo de chamar a polícia, e pessoas que percebem a exploração das vítimas têm medo de denunciá-las por causa de possíveis represálias. Desde o ano 2006, o Brasil possui a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas aprovado pelo decreto federal 5.948/2006. É muito importante alertar pessoas contra este terrível crime que tem penas de 3 a 8 anos de reclusão.

Aqui no Ceará o Governo do Estado através da Secretaria de Justiça e Cidadania e o Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas estão fazendo um grande esforço para combater este tipo de tráfico e especialmente a exploração sexual. Uma pessoa que não vê nada de bom em seu futuro arriscará tudo para ter uma oportunidade e, entre os riscos que correrá, está também o de ser vítima de tráfico.

Manter-se longe dos traficantes assim: a) desconfiando, mesmo se as propostas de bom trabalho forem de amigos ou conhecidos; b) embora que histórias de sucesso na prostituição no exterior (ou no Brasil) são raras, mesmo assim são usadas como iscas pelos aliciadores; c) tenha em mente que uma proposta para trabalho em outro país não acontece tão facilmente e que geralmente esconde escravidão humana; d) nunca entregue seu passaporte a quem fez a proposta de trabalho; e) se precisar de ajuda, procure a Polícia Federal ou o consulado brasileiro mais próximo; f) busque informações e denuncie pela central telefônica 180 ou através do site www.mj.gov.br . No Ceará pode denunciar casos suspeitos ao: Governo do Estado (85)3454.2199 ou a Polícia Federal (Nacional) (61) 2024.8044.

* Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1.