sexta-feira, 31 de outubro de 2014
DOM HELDER E PAULO VI
A amizade espiritual entre Paulo VI e Dom Helder Camara. Entrevista especial com Ivanir Rampon
“Para ambos, o Vaticano II não se reduziu apenas a um evento pontual, mas era um ‘espírito’, uma ‘nova forma de ser Igreja’”, constata o teólogo.
Foto: nucleodememoria.vrac.puc-rio.br |
A amizade entre Dom Helder Camara e Paulo VI teve reflexos para além da relação que ambos mantiveram ao longo de quase 30 anos. “Para ambos, o Concílio Vaticano II tornou-se uma missão”, e suas preocupações sociais repercutiram posteriormente no papado de Paulo VI, na encíclicaPopulorum Progresso e no desenvolvimento da Igreja brasileira durante o regime militar.
De acordo com Ivanir Rampon, autor do livro Paulo VI e Dom Helder Camara - Exemplo de uma amizade espiritual, recém lançado pela Editora Paulinas, “Dom Helder e Paulo VI eram abertos à ação do Espírito Santo em suas vidas, na Igreja, no mundo... E isto não era um discurso formal, mas um modo de ser, uma espiritualidade”.
Publicado como “uma homenagem ao novo beato e a Dom Helder (tendo em vista o pedido de abertura do processo de beatificação)”, o livro de Rampon assinala, entre outras questões, como o Concílio Vaticano II deu aos amigos “fundamentos consistentes para propagar um ‘cristianismo libertador, promotor da paz e da justiça’”, e como ambos “entendiam que a ‘religião’ não poderia ser tida como ópio do povo porque ‘esquecia a vida terrena’ e defendia a ordem social que, não raro, era injusta, usava do freio da prudência para evitar mudanças sociais. Ora, a Igreja Católica estava no propósito de tornar-se servidora e pobre e de engajar-se, decididamente, na luta por uma sociedade fraterna”.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, Ivanir Rampon faz referência a cartas e conversas entre Dom Helder e o papa Paulo VI, mencionando que “Montini gostava de saber as opiniões de Dom Helder e as considerava de suma importância. Nos dias anteriores ao Concílio, os dois amigos se encontraram porque já estava planejado um ataque à colegialidade episcopal. Os dois defendiam esta ideia e muito labutaram para que a mesma se tornasse uma prática constante na vida da Igreja. Dom Helder levava a experiência positiva da CNBB e do CELAM, os quais viviam a colegialidade antes de esta ser definida pelo Vaticano II. Dom Helder e Dom Montini estiveram profundamente envolvidos na história das duas conferências”. Rampon assinala ainda que Paulo VI e Dom Helder conversavam sobre a missão da Igreja no aspecto político durante a ditadura militar. “Para se ter uma ideia, em 1966, Dom Helder não presidiu a celebração pelo segundo ano de aniversário da ‘revolução’.
Por causa disto, pagou um preço alto. Foi caluniado e difamado na imprensa. Alguns dias depois, em visita ao Papa, Paulo VI quis saber como o amigo estava sendo tratado pelo governo brasileiro, e Dom Helder lhe contou o episódio de não ter rezado a Missa em ação de graças pelo regime militar e das ameaças de que seria removido da Arquidiocese. O Papa concordou com ele de não ter rezado a Missa e afirmou textualmente: ‘Esta pobre Revoluçãonão resolveu e não resolverá os problemas fundamentais do país. Falta-lhe energia e envergadura para tanto’. Convém lembrar que quando Dom Montinifora Arcebispo de Milão também fora acusado de ser comunista por defender os trabalhadores”.
Ivanir Rampon é graduado em Teologia pelo Itepa Faculdades, em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo – UPF, mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE e doutor em Teologia pela Pontificia Università Gregoriana, Roma. Atualmente leciona no Itepa Faculdades, em Passo Fundo - RS.
PAPA FRANCISCO
O amor abre as portas da esperança, não a letra da lei – o Papa em Santa Marta
O amor abre as portas da esperança, não a letra da lei – esta a principal mensagem do Papa Francisco na homilia da Missa em Santa Marta na sexta-feira dia 31 de outubro.
O Santo Padre desenvolveu a ideia de que os cristãos que ficam tão presos à lei esquecem-se da justiça. Partindo do Evangelho do dia em que Jesus pergunta aos fariseus se é lícito ou não curar aos sábados, o Papa Francisco refere que eles não respondem e Jesus tomou o doente pela mão e curou-o. Diante da verdade os fariseus calam-se – afirmou o Santo Padre que considerou ainda que estas pessoas viviam tão presas à lei que negavam a ajuda mesmo aos pais idosos, com a desculpa de terem dado tudo em doação ao Templo:
“Este caminho de viver presos à lei afastava-os do amor e da justiça. Preocupavam-se com a lei e ignoravam a justiça e o amor. E para essas pessoas, Jesus só tinha uma única palavra: hipócritas. De um lado, vão em busca de prosélitos. E depois? Fecham a porta. Homens de fechamento, tão presos à letra da lei, mas não à lei, que é amor; e sempre fechavam as portas da esperança, do amor, da salvação... Homens que sabiam somente fechar”.
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
VATICANO:
"Os pobres no centro das atenções da Igreja" - Dom Sorondo
O encontro do Papa com os Movimentos Populares nesta terça-feira (28), no Vaticano, teve repercussão no mundo inteiro. No evento internacional, estavam representados os trabalhadores informais, migrantes, indígenas, agricultores sem terra e moradores de periferias. O chanceler da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, Dom Marcelo Sánchez Sorondo, concedeu entrevista sobre o assunto à Rádio Vaticano.
“Estes Movimentos Populares são realmente um sinal daquilo que está a acontecer no mundo, nos estimulam e nos fazem compreender a realidade de hoje. Representam as consequências daquilo que acontece numa sociedade como a nossa, onde se preocupa unicamente com o lucro e se deixa de lado a pessoa. Então, são realmente o sinal daquilo que o Papa chama de ‘globalização da indiferença’.”
“Estes Movimentos Populares são realmente um sinal daquilo que está a acontecer no mundo, nos estimulam e nos fazem compreender a realidade de hoje. Representam as consequências daquilo que acontece numa sociedade como a nossa, onde se preocupa unicamente com o lucro e se deixa de lado a pessoa. Então, são realmente o sinal daquilo que o Papa chama de ‘globalização da indiferença’.”
As Igrejas locais estão prontas para 2015?
Sabemos que a conclusão do Sínodo extraordinário sobre a família também foi a abertura do processo, de um ano de duração, do XIV Sínodo Ordinário, que, em outubro de 2015, encerrará com decisões precisas – e esperamos que legíveis e à altura das exigências – o caminho inteiro que, de modo abrangente, terá uma duração de três anos.
A nota é de Luis Badilla, publicada no blog da revista Il Regno, 25-10-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
PAPA FRANCISCO
''Quando eu falo de terra, teto e trabalho, dizem que o papa é comunista''. Discurso de Francisco aos movimentos populares
terça-feira, 28 de outubro de 2014
Bicentenário do Instituto Marista
Vivemos a contagem regressiva para o bicentenário do Instituto
Marista. Em 2 de janeiro de 2017, completarão dois séculos desde que
Marcelino Champagnat deu início a sua obra, ao acolher dois jovens como
formandos para viver em comunidade em La Valla, no interior da França.
São 200 anos de vitalidade do carisma, de uma história repleta de
desafios, conquistas e recomeços.
Alcançar dois séculos de atuação no mundo é, sem dúvida, motivo de celebração e orgulho. E é também, uma oportunidade para relembrarmos o sentido da nossa existência e missão. É tempo de olharmos para trás, nos inspirarmos em nossas raízes para, a partir delas, mirarmos ao futuro – um novo começo.
Alcançar dois séculos de atuação no mundo é, sem dúvida, motivo de celebração e orgulho. E é também, uma oportunidade para relembrarmos o sentido da nossa existência e missão. É tempo de olharmos para trás, nos inspirarmos em nossas raízes para, a partir delas, mirarmos ao futuro – um novo começo.
Papa Francisco: Papa Bento XVI, um grande Papa, a ciência deve ser para todos
O Papa Francisco foi na manhã desta segunda-feira à Casina Pio IV, no Vaticano, por ocasião da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências e para a inauguração de um busto em homenagem a Bento XVI. Este busto, disse o Papa Francisco, recorda a todos a pessoa e o rosto do amado Papa Ratzinger, evoca também o seu espírito: o espírito dos seus ensinamentos, dos seus exemplos, das suas obras, da sua devoção à Igreja, da sua actual vida "monástica". E este espírito, continuou o Papa, longe de se desintegrar com o andar do tempo, aparecerá cada vez maior e mais poderoso de geração em geração, pois Bento XVI é um grande Papa: grande pela força e a penetração da sua inteligência, pela sua significativa contribuição à teologia, pelo seu amor à Igreja e aos seres humanos, pela sua virtude e religiosidade. E o Papa recordou ainda que o amor de Bento XVI pela verdade não se limita apenas à teologia e filosofia, mas se abre às ciências, e este amor pelas ciências transborda na sua solicitude pelos cientistas, sem distinção de raça, nacionalidade, civilização, e religião; solicitude pela Academia, desde que São João Paulo II o nomeou como membro.
PAPA FRANCISCO
Estejamos dentro da Igreja, não fiquemos na recepção – o Papa em Santa Marta
Na missa de terça-feira, dia 28 de outubro na Capela da Casa de Santa Marta o Papa Francisco exortou os cristãos a estarem dentro da Igreja e a não ficarem na entrada ou na receção. A Cristo interessa amar e curar os corações e não medir os pecados – afirmou o Papa Francisco refletindo sobre o Evangelho do dia que nos conta o nascimento da Igreja com o chamamento dos Apóstolos:
“Jesus reza, Jesus chama, Jesus escolhe, Jesus envia os discípulos, Jesus cura a multidão. Dentro deste templo, este Jesus que é a pedra angular faz todo este trabalho: é Ele que leva em frente a Igreja assim. Como dizia Paulo, esta Igreja está edificada sobre os fundamentos dos Apóstolos. Este que Ele escolheu, aqui: escolheu doze. Todos pecadores. Todos. Judas não era o mais pecador, não sei quem era... Judas pobrezinho, é aquele que se fechou ao amor e por isso se tornou traidor. Mas todos escaparam no momento difícil da Paixão e deixaram só Jesus. Todos são pecadores. Mas Ele escolheu.”
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
22 DE OUTUBRO:
memória litúrgica de S. João Paulo II – as palavras do Papa Francisco
Nesta quarta-feira, dia 22, durante a audiência geral na Praça de S. Pedro o Papa Francisco recordou a memória litúrgica de S. João Paulo II dirigindo-se aos peregrinos polacos presentes na audiência. Foram estas as suas palavras:
“ Saúdo cordialmente os peregrinos polacos vindos a esta audiência. Hoje celebramos a memória litúrgica de S. João Paulo II, o qual convidou todos a abrirem as portas a Cristo; na sua primeira visita na vossa pátria invocou o Espírito Santo para que viesse a renovar a terra da Polónia; a todo o mundo recordou o mistério da Divina Misericórdia. A sua herança espiritual não seja esquecida, mas nos leve à reflexão e ao concreto agir para o bem da Igreja, da família e da sociedade.”
(RS)
A Igreja Corpo de Cristo – a audiência geral do Papa Francisco
A Igreja Corpo de Cristo – a audiência geral do Papa Francisco
Quarta-feira, 22 de outubro, audiência geral na Praça de S. Pedro – tema da catequese do Papa Francisco: A Igreja Corpo de Cristo.
“... quando se quer evidenciar como os elementos que compõem uma realidade estejam estreitamente unidos um ao outro e formem juntos uma só coisa, usa-se, muitas vezes, a imagem do corpo. A partir do Apóstolo Paulo, esta expressão foi aplicada à Igreja e foi reconhecida como o seu traço distintivo mais profundo e mais belo. Hoje, então, podemos perguntar: em que sentido a Igreja forma um corpo? E porque é que é definida “corpo de Cristo”?”
Sínodo dos Bispos, uma vitória do Papa e da abertura
Sínodo dos Bispos, uma vitória do Papa e da abertura
No momento em que as pessoas analisam e debatem o relatório final, ou “relatio”, do Sínodo sobre a família, há o perigo de elas acabarem vendo somente os detalhes e não o todo.
É verdade, houve um retrocesso na linguagem acolhedora para com as pessoas homossexuais em relação àquela empregada no rascunho do dia 13 de outubro, e a Comunhão ainda não foi concedida aos católicos divorciados e casados novamente.
O comentário é de Thomas Reese, jornalista, jesuíta, ex-diretor da revista America, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 19-10-2014. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
Mas enquanto gastamos tinta comparando o relatório final com o relatório intermédio, não nos esquecemos do todo: o Sínodo foi uma vitória da abertura e do debate na Igreja, e o documento final é um convite a todos da Igreja a se juntarem na discussão. Isto é exatamente o que o Papa Francisco quis.
Os bispos como pastores enfrentavam um conflito profundo: Como fazer da Igreja ser uma mãe amorosa e, ao mesmo tempo, uma professora exigente?
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Apresentado Relatório dos debates do Sínodo 2014
Apresentado Relatório dos debates do Sínodo 2014
Na manhã desta segunda-feira, 13 de Outubro, o Cardeal Relator-geral do Sínodo, Peter Erdo, apresentou aos padres sinodais o “Relatório pós-congregações”. O documento reúne as principais reflexões debatidas no Vaticano durante a primeira semana e servirá como base para os documentos finais do Sínodo. O Relatório tem três pontos de orientação:
- ouvir o contexto cultural em que vivem as famílias hoje;
- confrontar-se sobre as perspectivas pastorais a serem empreendidas;
- e principalmente, olhar a Cristo e ao seu Evangelho da família.
A oração de louvor é difícil mas dá alegria – o Papa em Santa Marta
A oração de louvor é difícil mas dá alegria – o Papa em Santa Marta
É fácil rezar para pedir, bem mais difícil é rezar para louvar, mas essa oração dá-nos uma verdadeira alegria – esta a principal mensagem do Papa Francisco na quinta-feira, dia 16 de outubro na Missa na Capela da Casa de Santa Marta.
No centro da homilia do Santo Padre a Carta aos Efésios, onde podemos ler a oração de louvor do Apóstolo Paulo “uma oração que nós não fazemos habitualmente” mas que é “gratuita e pura” e nos faz entrar numa “grande alegria” – afirmou o Papa Francisco:
“Nós sabemos rezar muito bem quando pedimos coisas, mesmo quando agradecemos ao Senhor, mas a oração de louvor é um pouco difícil para nós: não é tão habitual louvar o Senhor. E isto, podemo-lo sentir melhor quando fazemos memória das coisas que o Senhor fez na nossa vida: ‘N’Ele – em Cristo – escolheu-nos antes da criação do mundo’. Bendito sejas Senhor, porque tu me escolheste! É a alegria de uma proximidade paterna e terna.”
É fácil rezar para pedir, bem mais difícil é rezar para louvar, mas essa oração dá-nos uma verdadeira alegria – esta a principal mensagem do Papa Francisco na quinta-feira, dia 16 de outubro na Missa na Capela da Casa de Santa Marta.
No centro da homilia do Santo Padre a Carta aos Efésios, onde podemos ler a oração de louvor do Apóstolo Paulo “uma oração que nós não fazemos habitualmente” mas que é “gratuita e pura” e nos faz entrar numa “grande alegria” – afirmou o Papa Francisco:
“Nós sabemos rezar muito bem quando pedimos coisas, mesmo quando agradecemos ao Senhor, mas a oração de louvor é um pouco difícil para nós: não é tão habitual louvar o Senhor. E isto, podemo-lo sentir melhor quando fazemos memória das coisas que o Senhor fez na nossa vida: ‘N’Ele – em Cristo – escolheu-nos antes da criação do mundo’. Bendito sejas Senhor, porque tu me escolheste! É a alegria de uma proximidade paterna e terna.”
O Papa obtém sua primeira vitória silenciosa no Sínodo
Apenas transcorreu a metade do Sínodo do Vaticano sobre temas de família e o Papa Francisco já conseguiu sua primeira vitória silenciosa. O Pontífice convenceu muitos líderes da Igreja católica a moderar seu discurso frente às uniões homossexuais e admitir que os gays têm “dons e atributos a oferecer”.
O comentário é publicado por Religión Digital, 14-10-2014. A tradução é de Benno Dischinger.
O tom de uma posição preliminar redigida num rascunho por 200 bispos - após uma semana de discussões cerradas – mostra compaixão e entendimento não só frente a união de pessoas do mesmo sexo, senão também para casais heterossexuais que vivem juntos sem casar-se ou casais divorciados que decidem casar-se uma segunda vez sem conseguir por parte da Igreja a anulação do primeiro matrimônio.
Contudo, os bispos deixam claro que não haverá mudanças nos ensinamentos básicos do catolicismo sobre a permanência do laço matrimonial e insistiram em que um matrimônio válido só pode ser entre um homem e uma mulher.
Mas, a mudança de ênfase do Papa Francisco ao concentrar-se nos aspectos positivos da sexualidade humana, mais do que nos negativos, parece ter ganhado terreno entre os bispos que assistem ao Sínodo.
Seu predecessor, o Papa Bento XVI, se referia às relações entre homossexuais como “intrinsecamente desordenadas” num documento do Vaticano escrito em 1986, quando Bento era o principal conselheiro em temas teológicos do Papa João Paulo II.
Contrariamente, o Papa Francisco disse aos periodistas no ano passado: “Se uma pessoa busca a Deus e faz o bem, então, quem sou eu para julgar?”.
As primeiras reações de grupos católicos defensores dos direitos dos homossexuais em todo o mundo foram favoráveis à discussão levantada no rascunho elaborado em Roma.
A Associação católica Quest, situada em Londres, descreveu o documento como um “avanço” e o grupo católico estadunidense defensor dos direitos dos gays New Ways Ministry, o definiu como um “grande passo para frente”.
New Ways Ministry elogiou o documento por evitar o “grande pessimismo e fatalidade” que acompanharam prévios pronunciamentos do Vaticano sobre a homossexualidade.
Grupos católicos conservadores, tais como Voz da Família, foram duramente críticos frente ao rascunho e o qualificaram de “um dos piores documentos oficiais escritos na história da Igreja”.
Grupos católicos conservadores, tais como Voz da Família, foram duramente críticos frente ao rascunho e o qualificaram de “um dos piores documentos oficiais escritos na história da Igreja”.
O próprio Papa Francisco escutou atentamente as discussões plenárias durante a primeira semana do Sínodo, sem, todavia fazer uma importante intervenção.
No início da reunião, disse aos bispos não temer a hora de falar honestamente e de maneira aberta e não preocupar-se de dizer coisas que poderiam molestá-lo.
No início da reunião, disse aos bispos não temer a hora de falar honestamente e de maneira aberta e não preocupar-se de dizer coisas que poderiam molestá-lo.
A maioria deles está de acordo com sua atitude mais compassiva frente aos casais que encontram dificuldades em aceitar os ensinamentos do catolicismo sobre alguns aspectos da família, como, por exemplo, os métodos anticonceptivos artificiais.
Após um ano de amplas discussões dentro da Igreja, o sínodo voltará a reunir-se em Roma em outubro de 2015, para finalizar suas recomendações sobre possíveis mudanças na disciplina da Igreja. O Papa terá a faculdade de aceitá-las ou rechaçá-las.
O Sínodo é, de fato, um corpo conselheiro sem poderes legislativos dentro da Igreja. O Papa Francisco disse que gostaria de compartilhar mais o governo da Igreja e já fez mudanças sobre as regras de debate para permitir mais discussões abertas e menos discursos repletos de formalidades.
A secretaria geral do Sínodo, após as reações e discussões surgidas após a publicação da Relatio post disceptationem, reiterou que o citado texto é um documento de trabalho, que resume as intervenções e o debate da primeira semana, e agora está sendo proposto à discussão dos membros do Sínodo reunidos nos círculos menores, segundo o previsto pelo
Regulamento do mesmo Sínodo. O trabalho dos círculos menores será apresentado à Assembléia na Congregação Geral da próxima quinta-feira pela manhã, dia 16 de outubro.
O padre Frederico Lombardi, diretor da sala de imprensa do Vaticano, iniciou a sessão informativa desta manhã com este esclarecimento, devido aos ecos e interpretações que se fizeram ontem na imprensa nacional e internacional, após a apresentação da Relatio post disceptationem.
O cardeal Filoni e o cardeal Napier acompanharam na sala de imprensa o padre Frederico Lombardi, para oferecer aos periodistas alguns detalhes sobre o documento e sobre os trabalhos que se iniciaram nos círculos menores.
Por sua parte, o cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, explicou que os 20 membros do círculo do qual ele é moderador, “temos tomado em consideração este documento que ontem de manhã tivemos ocasião de escutar e naturalmente o primeiro aspecto foi compreender a natureza do documento” e “sucessivamente entrar na metodologia, tendo em conta o modo de proceder nos círculos menores”. Uma metodologia que – como precisou – considera, acima de tudo, a satisfação que produziu a redação do documento. E, a seguir, se intervém nas partes do documento.
Ontem à tarde já fizeram as primeiras propostas dentro do grupo e nesta manhã se apresentaram os modos sobre os quais se discutiu e sucessivamente se submeteram à votação, explicou o purpurado. Também transmitiu a surpresa entre os membros do círculo menor, ao ver as reações nos meios de comunicação.
Por isso, quis recordar que “nós estamos trabalhando para por em mãos do Santo Padre um resultado sobre o qual ele mesmo decidirá, segundo o que será o terceiro momento do Sínodo”.
Em seguida, o cardeal Napier, arcebispo de Durban (África do Sul), precisou também que a Relatio pode levar as pessoas a pensar qual é a opinião global sustentada pelo Sínodo, mas é apenas um resumo. Não obstante, se mostrou esperançoso de que prevaleça o ponto de vista do Sínodo e não os pontos de vista particulares de alguns grupos. Ademais, recordou que o fim dos círculos menores é promover os aspectos positivos da família, que tem sido desenvolvidos.
Um ponto enfrentado durante o turno de perguntas tem sido o das famílias missionárias, como um dos temas abordados no Sínodo. “Está claro que, sabendo bem que depois do Concílio Vaticano II o mundo dos leigos entrou de forma plena na vida da Igreja, a família certamente não podia permanecer fora”, observou. Por isso, acrescentou, nestes 50 anos se viu as famílias participarem também na evangelização, encarregando-se deste aspecto.
“A novidade tem sido que as mesmas famílias compreenderam que elas podem ser não só objeto de evangelização, senão sujeito da evangelização”, precisou o purpurado. Uma evangelização que chega pelo testemunho que estas famílias dão nos países aos quais vão.
Sobre as excessivas expectativas criadas em torno a este Sínodo, o cardeal Filoni indicou que estas são criadas “através do nosso falar, e da imprensa”. Diria que – acrescentou – a expectativa não é uma questão de tipo ‘amanhã dou a solução a todos os problemas’. “A expectativa é que esta questão relativa à família, ao matrimônio e a todas as situações particulares estão no centro da atenção da Igreja. Esta é a primeira expectativa fundamental”, esclareceu. Além disso, o cardeal afirmou que “não deve ser uma expectativa somente desde o aspecto dos problemas”, mas também se deve recordar as famílias cristãs que “animamos” e que “também são objeto de nossa atenção”.
Finalmente, o padre Federico Lombardi recordou, a propósito da publicação da Relatio, que “o Sínodo não é algo que nasceu agora”, “é uma instituição que tem vários decênios”.
“Na comunicação do Sínodo ao exterior há etapas que estão bastante estabelecidas e formam parte do normal funcionamento do Sínodo”, acrescentou. Por isso, o porta-voz do Vaticano observou que a Relatio ante disceptationem sempre foi tornada pública imediatamente, e assim todos teriam consciência do ponto de partida do Sínodo. Assim como também a Relatio post disceptationem sempre foi publicada.
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Sínodo. Uma mudança impressionante
"O Sínodo disse que os gays têm "dons e talentos para oferecer à comunidade cristã". Isso é algo que até poucos anos atrás seria impensável, até mesmo por parte dos prelados mais mente aberta", escreve o padre jesuíta James Martin, redator da revista America, dos jesuítas dos EUA.
A Igreja deve manter acesa a esperança no caminho para Deus – o Papa na audiência geral
Cardeal Müller ataca: ''O relatório sinodal é vergonhoso''
O prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé lidera a frente conservadora no Sínodo contra as aberturas aos gays.
A reportagem é de Orazio La Rocca, publicada no jornal La Repubblica, 14-10-2014. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Indigna, vergonhosa, completamente equivocada." Condenação sem apelo ao relatório sobre a primeira semana de trabalhos sinodais sobre a família (a Relatio post disceptationem) lida nessa segunda-feira perante o Papa Francisco pelo cardeal húngaro Péter Erdö.
"Indigna, vergonhosa, completamente equivocada." Condenação sem apelo ao relatório sobre a primeira semana de trabalhos sinodais sobre a família (a Relatio post disceptationem) lida nessa segunda-feira perante o Papa Francisco pelo cardeal húngaro Péter Erdö.
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Não a uma vida cristã cosmética; o que conta é a caridade – o Papa em Santa Marta
Na missa de dia 14 de outubro em Santa Marta o Papa Francisco deixou esta mensagem muito concreta: não a uma vida de aparências, a uma espiritualidade de cosmética, porque o conta é a caridade.
Partindo da passagem do Evangelho de Lucas no capítulo 11 em que o fariseu se admira pelo facto de Jesus não se ter lavado antes da refeição, o Santo Padre recorda que Jesus condena aquela atitude do fariseu que se considera justo apenas porque cumpre pontualmente os rituais:
“Jesus condena esta espiritualidade de cosmética, parecer bons, belos, mas a verdade de dentro é outra coisa! Jesus condena as pessoas de boas maneiras mas de maus hábitos, aqueles hábitos que não se veem mas que se fazem às escondidas. Mas a aparência é certa: esta gente que gostava de passear nas praças, mostrar que rezavam, maquilhar-se com um pouco de debilidade quando jejuavam… Porquê, o Senhor é assim? Vede que são dois os adjetivos que usa aqui, mas que estão ligados: avidez e maldade.”
Com encontros de grupo, prosseguem trabalhos do Sínodo - Primeiras observações sobre o Relatório após o Debate
Com encontros de grupo (os chamados “Grupos menores”), prosseguem no Vaticano os trabalhos da assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a família. Trata-se de debater, corrigir e aperfeiçoar o “Relatório após o Debate”, que ontem de manhã foi apresentado à assembleia, como síntese das intervenções dos Padres sinodais na semana passada. Esta fase de trabalho de grupo teve início ontem, segunda-feira, à tarde, e continuarão até quinta-feira de manhã. Nela participa também o Papa Francisco.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
SÍNODO:
a crise da fé nas famílias. Oração e espiritualidade na vida familiar
Os encontros e intervenções continuam a decorrer na Sala do Sínodo, com a família como tema e objetivo. O Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, no seu briefing diário partilhou com os jornalistas uma imagem verbal que foi apresentada no terceiro dia de trabalhos:
“ Falou-se da Luz que a Igreja traz ao mundo … não tanto como um farol mas como uma vela acesa, uma tocha que acompanha o povo em caminho”
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Os encontros e intervenções continuam a decorrer na Sala do Sínodo, com a família como tema e objetivo. O Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, no seu briefing diário partilhou com os jornalistas uma imagem verbal que foi apresentada no terceiro dia de trabalhos:
“ Falou-se da Luz que a Igreja traz ao mundo … não tanto como um farol mas como uma vela acesa, uma tocha que acompanha o povo em caminho”
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Na oração, o Espírito Santo é o dom maior – o Papa na missa em Santa Marta
Na oração pedimos tantas coisas, mas o maior dom que Deus nos dá é o Espírito Santo – esta a mensagem essencial da homilia do Papa Francisco na quinta-feira, dia 9 de outubro.
No Evangelho de S. Lucas neste dia podemos ler no capítulo 11, versículo 13 o seguinte: “Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!” Segundo o Santo Padre Jesus demonstra aos seus discípulos o que é a oração: pedir e procurar, porque quem procura encontra.
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